Notícias

A produção industrial em março continuou em crise

Veículo: O Estado de S. Paulo
Seção: Economia
Página:

Até agora, os estímulos à indústria não surtiram efeito. Embora março tenha tido um dia útil a mais que março de 2011, a produção entre os dois períodos apresentou queda de 2,7%. E, na comparação dos dois primeiros trimestres desses dois anos, a queda foi de 3%, num sinal de que o processo de desindustrialização avança, levando-se em conta ainda que as importações continuam crescendo.

A queda não foi de um produto ou outro, porque 18 dos 27 setores acusaram redução. E, segundo a consultoria LCA, o índice de difusão, que mede a proporção de ramos de atividade que cresceram no mês em termos dessazonalizados, caiu em março para 33,3%, ante uma média histórica de 54,3%.

Convém examinar essa evolução ramo por ramo, em relação ao mesmo mês de 2011.

Os bens de capital apresentam queda de 5,7%. Não há nenhum segmento com crescimento. As máquinas para fins industriais registraram um recuo de 4,1%, sinalizando que o apelo da presidente Dilma para que a indústria aumente seus investimentos não surtiu, até agora, nenhum efeito. Os bens de capital do setor agrícola apresentaram a menor redução (0,18%), enquanto os da construção tiveram declínio de 17,9%; os do setor elétrico, 4,4%; e os de transporte (essencialmente caminhões), 3,9%, crescendo 5,7% em março, em relação a fevereiro.

Os bens intermediários permitem projetar, em parte, a produção de alguns setores importantes. Os dados com ajuste fiscal indicam, na margem, queda de 0,9%. Em relação a março do ano anterior, a queda é de 2%. A indústria extrativa cresceu 1,6% em relação a março de 2011; os alimentos, 0,9%; enquanto os produtos de metal caíam 11,5%; os destinados à produção de autoveículos, 6,8%; os para petróleo e álcool, 2,8%; e para o setor têxtil, 9,8%. Na área dos duráveis, só o mobiliário (por causa da construção de casas) teve crescimento, de 18,1%.

Essa análise por produtos permite tirar algumas conclusões sobre a situação atual da indústria, vitimada cada vez mais pela importação de produtos que ela deixou de produzir aqui por apresentar uma queda da sua competitividade.

O sucesso da produção agrícola continua favorecendo a indústria nacional com a demanda de máquinas agrícolas e caminhões para transportar a safra. O crescimento da construção civil favorece a indústria de equipamentos e de móveis. Mas não se investe no setor, que está cético quanto ao futuro.



Compartilhe:

<< Voltar

Nós usamos cookies em nosso site para oferecer a melhor experiência possível. Ao continuar a navegar no site, você concorda com esse uso. Para mais informações sobre como usamos cookies, veja nossa Política de Cookies.

Continuar