Notícias

Emprego industrial fica estável em fevereiro

Veículo: O Estado de S. Paulo
Seção: Economia
Página:

O emprego na indústria ficou praticamente estável na passagem de janeiro para fevereiro, com ligeira alta de 0,1%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número de horas pagas avançou 1,3% no período, o que poderia indicar alguma retomada na produção. No entanto, como houve paralisações nos setores extrativo e de veículos automotores em janeiro, a base de comparação ficou prejudicada, inflando o resultado.

"A nossa leitura é de um quadro de estabilidade no emprego industrial, que vem acontecendo desde outubro de 2011", afirmou Rodrigo Lobo, técnico da Coordenação de Indústria do IBGE. De outubro a fevereiro, a ocupação na indústria teve pequenas oscilações, para cima e para baixo. "Mas isso após ter acumulado uma queda de cerca de 1,0% (nas vagas) entre agosto e outubro", lembrou Lobo.

O total de postos de trabalho na indústria ainda é 0,7% menor do que o registrado em fevereiro de 2011. Foi a quinta queda consecutiva nesse tipo de comparação. Em São Paulo, houve recuo de 2,9% no emprego. As perdas no Estado foram generalizadas: 15 entre as 18 atividades pesquisadas registraram taxas negativas.

"Nesses cinco meses de queda no emprego industrial no País, São Paulo tem se destacado como a principal influência negativa", apontou Lobo.

Os cortes mais significativos na ocupação na indústria paulista ocorreram nas atividades de produtos de metal (-11,9%), metalurgia básica (-16,8%), máquinas e eletroeletrônicos e de comunicações (-6,5%), vestuário(-7,1%), borracha e plástico (-4,8%), papel e gráfica (-5,2%) e têxtil (-5,5%). "São atividades intensivas em mão de obra."

Na avaliação do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), os números de fevereiro inspiram cautela. "É um resultado tímido, que não se opõe fortemente à evolução desfavorável do emprego industrial observada nos últimos meses e que não aponta, de forma inequívoca, para uma retomada da ocupação na indústria", declarou o instituto.

A folha de pagamentos teve expansão de 1,3% entre janeiro e fevereiro, mas houve forte influência do avanço de 22% da atividade extrativa, após o pagamento de participação nos lucros e resultados em empresas do setor. A indústria de transformação, por outro lado, apontou queda de 0,6% na folha.

"Mas, ainda assim, apesar da estagnação do setor (industrial), observa-se que os salários têm tido uma trajetória de alta expressiva, como mostra também a comparação com o mesmo período de 2011, cujo incremento foi de 5,4%. Esses números refletem o aquecimento do mercado de trabalho doméstico", disse Alessandra Ribeiro, sócia da consultoria Tendências.



Compartilhe:

<< Voltar

Nós usamos cookies em nosso site para oferecer a melhor experiência possível. Ao continuar a navegar no site, você concorda com esse uso. Para mais informações sobre como usamos cookies, veja nossa Política de Cookies.

Continuar