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Para analistas, taxa em abril pode ser a mais alta do ano

Veículo: Valor Econômico
Seção: Brasil
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As estimativas dos economistas consultados pelo Banco Central para o Boletim Focus poderão sofrer novas mudanças nas próximas semanas, após a surpresa com o resultado de março do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado na semana passada. O indicador avançou 0,21% no período, ficando bastante abaixo da expectativa do mercado, que era de 0,43%.

O boletim divulgado ontem mostrou que a projeção do mercado para a inflação deste ano recuou fortemente após a divulgação do IPCA de março, ao passar de 5,27% para 5,06%. Entre as instituições Top 5, as que apresentam maior índice de acerto nas projeções, as expectativas para este ano ficaram abaixo de 5%.

Para abril, por sua vez, a expectativa é de aceleração do IPCA. A Tendências Consultoria, por exemplo, elevou de 0,50% para 0,63% a previsão para o IPCA de abril e, para o economista Thiago Curado, outras instituições poderão fazer o mesmo.

"Haverá uma correção nos preços de vestuário em abril", diz Curado, que projeta alta de 1,10% no grupo neste mês, após a queda atípica de 0,61% em março. "A inflação de abril tem tudo para ser a mais alta do ano."

Para ele, o mercado ainda não incorporou em seus cálculos o reajuste nos preços dos cigarros, que era esperado em maio, mas deve aparecer na inflação deste mês, o que deve gerar impacto de 0,15 ponto no IPCA de abril. O Boletim Focus divulgado ontem aponta leve ajuste nas previsões para o IPCA de abril - de 0,50% há uma semana para 0,51% agora.

A Votorantim Corretora ainda não alterou sua estimativa de alta de 0,56% para o IPCA em abril, mas admite que são grandes as chances de revisão. "Vestuário veio muito abaixo do esperado. Isso poderá levar a uma redução em nossa projeção", diz o economista Bruno Surano. Por outro lado, diz que está sendo conservador na estimativa de aumento em cigarros e remédios e que poderá elevar a previsão.

A LCA Consultores baixou de 0,57% para 0,54% a estimativa para o IPCA de abril, percebendo um aumento no comprometimento de renda da população. As três instituições não alteraram as projeções para o IPCA de 2012, mas a Votorantim e a Tendências estão com viés de baixa. Ambas projetam alta de 5,5% para este ano. A LCA estima 4,8%.

Segundo o economista Fabio Romão, da LCA, além de cigarros e remédios, empregado doméstico, etanol, tarifa de água e esgoto e alimentos devem puxar a inflação de abril. A expectativa é que os cigarros fiquem 11% mais caros, enquanto o reajuste esperado nos medicamentos é de 1,9%. Também estão previstos aumentos nas tarifas de água e esgoto de alguns Estados.



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