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Na contramão, têxteis superam resultado de 2011 em até 15%

Veículo: Valor Econômico
Seção: Brasil
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FLORIANÓPOLIS - A indústria têxtil catarinense não tem motivos para reclamar dos negócios neste início de ano. Se em outros setores de atividade e regiões do país os resultados frustraram os empresários, em Santa Catarina o primeiro trimestre foi bem melhor que o mesmo período do ano passado.

Para o presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau (Sintex), Ulrich Kuhn, houve aumento geral nas vendas do setor, tanto no segmento de cama, mesa e banho, como em vestuário. Lembra, entretanto, que o crescimento ocorre diante de um primeiro trimestre de 2011 muito ruim, por causa dos custo do algodão, que triplicou de preço, e da dificuldade de repasse no varejo.

Segundo ele, no primeiro trimestre deste ano houve maior adequação na oferta e os aumentos feitos em 2011 foram assimilados pelo varejo e pelo consumidor. "No começo de 2011, o varejo pagou mais caro pela produção, o cliente não aceitou e, nos meses seguintes, o varejo comprou menos. Agora isso mudou".

Além disso, o algodão voltou a ser cotado abaixo de US$ 1 por libra/peso e não "há surpresas pela frente", diz Kuhn. No começo de 2011, o algodão chegou próximo a US$ 3 por libra/peso e comprometeu a rentabilidade da maior parte das empresas do segmento.

Kuhn diz que o crescimento no segmento de vestuário foi menor que o registrado em cama, mesa e banho. O vestuário sentiu pouca melhora nas vendas do primeiro trimestre, mas ainda assim "cresceu um pouco" em relação ao primeiro trimestre de 2011, diz o presidente do Sintex.

Ele explica que março foi ainda um mês quente e as vitrines nas lojas já estavam com roupas de outono, mas ainda sem grande saída. "O fim de 2011 não foi bom, trouxe alguma insegurança para o começo de ano e o calor de março também atrapalhou as vendas."

Para o diretor-comercial da Altenburg, de Blumenau, Gláucio Gil de Souza Braga, o primeiro trimestre do ano também foi melhor em vendas do que o primeiro trimestre do ano passado. As vendas da empresa aumentaram cerca de 15% em relação ao mesmo período de 2011. Braga credita o bom desempenho principalmente à diversificação dos produtos.

O empresário está otimista para o desempenho do ano, mas não revela o crescimento esperado para 2012. A volta à normalidade do preço do algodão, o que melhora a rentabilidade da empresa, é uma das principais razões para o otimismo. Durante o primeiro trimestre, a Altenburg conseguiu exportar "algum volume". Pedidos fechados em dezembro foram entregues em janeiro e fevereiro para a Argentina, hoje seu principal mercado externo. Mas, com as barreiras argentinas às importações neste início do ano, isso ficou ainda mais difícil, com a empresa buscando ainda saídas para a continuidade das exportações.

O diretor-comercial da Döhler, Carlos Alexandre Döhler, com sede em Joinville, também comemora os números do primeiro trimestre. Diz que a empresa está ganhando participação no mercado, entre outros fatores por uma política de preços mais competitiva. Para 2012, a empresa estima crescimento de 15% no faturamento, que atingiu R$ 301 milhões no ano passado.

(Vanessa Jurgenfeld | Valor)



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