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Com real valorizado, commodities ficam 2,67% mais caras

Veículo: Valor Econômico
Seção: Brasil
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A desvalorização do real frente ao dólar em março encareceu as commodities relevantes para a inflação brasileira. O Índice de Commodities Brasil (IC-BR), que reflete o comportamento do preço médio desses produtos em moeda nacional, subiu 2,67 % no mês passado.

As variações do índice, apurado mensalmente pelo Banco Central, embutem a variação cambial. O valor médio mensal da Ptax, taxa de câmbio oficialmente adotada pelo BC, subiu 4,47% de fevereiro para março. Não fosse o efeito do câmbio, portanto, o IC-BR teria caído.

Mesmo com a elevação em março, por causa da queda ocorrida em fevereiro, o índice continuou abaixo do resultado de janeiro. O aumento no mês passado foi puxado principalmente pelo preço das commodities energéticas, que ficaram em média 6,45% mais caras em relação a fevereiro. Estao incluídos nesse grupo o petróleo do tipo brent, o gás natural e o carvão.

As commodities agropecuárias (carne de boi, carne de porco, óleo de soja, algodão, trigo, açúcar, milho, arroz e café) subiram 1,94% no mês. Os preço das commodities metálicas, grupo que inclui alumínio, minério de ferro, cobre, estanho, zinco, chumbo e níquel, avançou 2,6%.

Ao longo do primeiro trimestre de 2012, o IC-BR acumulou elevação de 0,2%, por causa da variação verificada em janeiro. As commodities metálicas, com alta de 6,75%, puxaram o aumento no período. Apesar de terem subido em março, as agropecuárias registraram queda no trimestre, de 1,31%. As energéticas ficaram 0,63% mais caras.

No acumulado de 12 meses, apenas o grupo de energia apresentou aumento de preços. A variação, nesse caso, chegou a 3,53%. Apesar do aumento expressivo no trimestre (6,75%), o grupo metálico fechou o período de 12 meses encerrado em março com queda de 10,2%. No mesmo intervalo, as commodities agropecuárias acumularam redução de 11,5%.

No conjunto, as commodities com mais influência no Índice de Preços ao Consumidor Amplo no Brasil (IPCA, no qual se referencia) subiram, em março, menos do que o índice internacional das commodities. Mais amplo do que o IC-BR e composto por 22 produtos, o CBR, apurado pelo Commodity Research Bureau, aumentou 5,07% no mês passado, quando medido em reais. No trimestre, o indicador registrou alta de 2,08%. Em 12 meses, o CBR exibiu variação negativa de 4,01%.

No mais recente relatório trimestral de inflação, o BC avaliou que, a se confirmar o cenário de moderação do crescimento da economia chinesa, grande consumidora, os preços das commodities em geral tendem a cair. Por outro lado, manifestou preocupação com o preço do petróleo, que pode comprometer o nível de atividade nos Estados Unidos.



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