Notícias

Críticas ao governo federal marcam 'Grito de Alerta' em Santa Catarina

Veículo: Valor Econômico
Seção: Brasil
Página:

FLORIANÓPOLIS – Durante a manifestação “Grito de Alerta em Defesa da Produção e do Emprego”, na tarde desta quarta-feira em Florianópolis, os empresários não economizaram críticas ao governo federal. “Há um clima de marginalização da indústria catarinense no governo federal. Pode não ser proposital, mas a indústria catarinense tem uma contribuição grande para o país e não está sendo ouvida”, criticou Glauco Côrte, presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), citando que a presidente Dilma Rousseff, em sua última reunião com empresários do país, não chamou nenhum catarinense. "Não precisaríamos de proteção à indústria se estivéssemos em condições isonômicas com nossos concorrentes", destacou.

O diretor da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Pimentel, disse que a união capital-trabalho fazia todo sentido num momento “crucial” do país. “Estamos mostrando ao governo federal que não adianta ter boas intenções, mas é preciso ter ação rápida”, relembrando que alguns países desenvolvidos vivem hoje uma crise, com alto desemprego, porque perderam sua base industrial. Para Pimentel, “é preciso ter indústria para não sermos colonizados por países que competem conosco de maneira desleal”.

Mais enfático que Pimentel foi o diretor-secretário da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Carlos Pastoriza, que considerou que o país está sendo “transformado brutalmente em colônia em vez de ser transformado em uma potência”. Ele citou várias commodities que o país exporta em vez de transformá-las, internamente, em um produto de maior valor agregado. Disse que a indústria nacional produzia o emprego qualificado e a inovação e que “por baixo desta aparente tranquilidade da economia nacional está batendo uma bomba relógio de uma destruição silenciosa.”

“A que ponto chegamos que vamos protestar contra importação em Manaus?”, questionava o deputado federal e presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, ao falar a cerca de 1,5 mil pessoas presentes.  Manaus (por conta da Zona Franca) sempre foi um local de importação incentivada. Havia uma indústria que importava componentes, mas tinha a montagem no país. "Agora essa indústria está quebrando porque os produtos estão chegando inteiros”, destacou ele, que ainda lembrou que o carro que a presidente Dilma usa hoje foi produzido no México e não no Brasil. “Como podemos aceitar que o governo use impostos dos brasileiros e compre produtos de fora?”.

Para o dirigente da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB) em Santa Catarina, Jucélio Paladini, a presença de 70 trabalhadores da CTB na manifestação fazia sentido porque, embora o conflito capital-trabalho permaneça, é necessária união aos empresários nesse momento porque é preciso construir uma nação forte e independente, e, para isso, a entidade entende ser fundamental ter uma indústria nacional.

(Vanessa Jurgenfeld | Valor)



Compartilhe:

<< Voltar

Nós usamos cookies em nosso site para oferecer a melhor experiência possível. Ao continuar a navegar no site, você concorda com esse uso. Para mais informações sobre como usamos cookies, veja nossa Política de Cookies.

Continuar