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Recuo industrial foi generalizado, em janeiro

Veículo: O Estado de S. Paulo
Seção: Economia
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Em janeiro, a produção industrial brasileira caiu em 9 das 14 regiões pesquisadas pelo IBGE. Generalizou-se, assim, o recuo do setor de manufaturas. No mês, a produção diminuiu 2,1%.

Mesmo na Região Nordeste, onde a indústria cresceu 5,7%, no mês, e 3,8%, sobre janeiro de 2011, em alguns Estados o desempenho foi fraco. No Ceará, minerais não metálicos e produtos de metal sofreram com a menor fabricação de tecidos de algodão crus e fios de algodão. A área têxtil, que pesa 20% na economia cearense, caiu 14,1%. No Rio Grande do Norte, uma das maiores indústrias têxteis, a Coteminas, está desativando fábricas para construir no lugar um complexo imobiliário, destinado a serviços. A indústria, assim, dependerá menos de exportações, pouco competitivas.

Em São Paulo, Minas e Rio, houve queda substancial da produção de veículos automotores (respectivamente, de 34,6%, 13,9% e 68,2%). As férias coletivas nas montadoras ajudam a explicar a queda, mas sem esse fator "a produção continuaria negativa", acredita o economista-chefe do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Rogério César de Souza.

O recuo da indústria paulista foi forte em químicos, máquinas, aparelhos e materiais elétricos, borracha e plástico e material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações. Em contraste com o otimismo da construção civil, caiu a produção de tintas e vernizes. A queda teria superado 6,3%, em relação a janeiro de 2011, não fosse a produção de alimentos e o refino de petróleo e produção de álcool. Em Minas, a extração de minério foi afetada pelas chuvas.

Só em três Estados - Goiás, Pernambuco e Bahia - se pode falar num crescimento robusto. Em Goiás, ele foi atípico (a produção de químicos, como medicamentos, subiu 104,9%). E cresceu a produção de amianto e cimento. Mas o recuo de 8,2% na produção de alimentos e bebidas sugere maior contenção das famílias.

Em Pernambuco, o crescimento foi ajudado pela metalurgia básica, com aumento da produção de vergalhões de aços e chapas e tiras de alumínio. A construção civil favoreceu o crescimento da indústria de produtos de metal para a fabricação de pias, banheiras e bidês. Na Bahia, depois do crescimento fraco do trimestre passado, houve aumento do setor químico, refino de petróleo e produção de álcool, além de alimentos e bebidas - efeito positivo das férias.

Uma recuperação da indústria brasileira é esperada para os próximos meses, inclusive pelo Iedi. Mas a intensidade do declínio, em janeiro, superou as expectativas.



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