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Mantega promete compensar exportadores

Veículo: Folha de S. Paulo
Seção: Poder
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O governo federal prometeu isentar da cobrança de tributos os exportadores prejudicados pelas recentes medidas que aumentaram o custo de tomar dinheiro emprestado no exterior.

Em audiência ontem no Senado, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ouviu reclamações de que a cobrança de 6% de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) em financiamentos de até cinco anos, instituída na segunda, inviabilizou a busca desse tipo de recursos para o setor.

"Ficou mais caro do que o próprio custo do financiamento", reclamou o senador Blairo Maggi (PR-MT).

A equipe econômica avalia que o exportador é beneficiado pela alta do dólar gerada por essas medidas cambiais e que, sem elas, a moeda norte-americana já estaria no patamar de R$ 1,40.

"Toda a indústria brasileira estaria quebrada. Não teríamos competitividade", declarou Mantega.

EFEITOS COLATERAIS

Ainda assim, o ministro admitiu que os exportadores estão sofrendo efeitos colaterais provocados por esses remédios e prometeu encontrar formas de compensá-los.

"Muitas vezes, você tem que dar um tiro de carabina 12, e alguns estilhaços acabam se espalhando. Vamos achar soluções para isentar o setor genuinamente exportador", disse o ministro.

Segundo ele, uma das opções em estudo é baratear o custo tributário de contratos de adiantamento de câmbio (ACC), pelos quais os exportadores recebem antecipadamente o valor de vendas ao exterior.

No ano passado, após taxar em 1% operações com títulos no mercado futuro de dólares, o governo criou mecanismos para ressarcir os exportadores que usavam esse tipo de papel para se proteger da variação cambial.

DESONERAÇÃO

Na audiência no Senado, Mantega disse ainda que se reunirá nesta semana com cinco setores da economia e que anunciará em breve novas desonerações da folha de pagamento.

Entre as áreas beneficiadas deverão estar a indústria têxtil e a automotiva.

No ano passado, o governo adotou a medida para os setores como calçados, confecções e tecnologia da informação, substituindo a contribuição de 20% sobre o salário dos funcionários por um percentual de 1,5% a 2,5% do faturamento, alíquotas que deverão ser reduzidas para os próximos setores envolvidos.

"Aquilo foi apenas um ensaio. Agora, estamos mais prontos, temos mais segurança. Vamos mexer na alíquota e vamos ampliar", concluiu o ministro.

Mantega disse ainda que o governo não cogita retomar, no momento, a cobrança de Imposto de Renda sobre investimentos de estrangeiros em renda fixa, mas que, se houver necessidade, essa é mais uma medida que poderá ser estudada.



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