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Geração de vagas formais de emprego deve ter redução em fevereiro

Veículo: Valor Econômico
Seção: Brasil
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SÃO PAULO - A fraca geração de empregos verificada na indústria paulista em fevereiro piorou as expectativas de economistas para a criação de vagas formais em todo o país no mês passado, número que deve ser divulgado pelo Ministério do Trabalho na próxima semana. Segundo a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), foram abertas 2,5 mil vagas pelo setor em fevereiro, aumento de 0,1% em relação a janeiro. Considerando os fatores sazonais, contudo, essa alta se transforma em queda de 0,1%, pois o normal, para esse período, é a criação mais expressiva de empregos, segundo a série histórica da Fiesp.

Como o estoque de empregados na indústria é menor que o de outros setores da economia, diz Fabio Ramos, da Quest Investimentos, a ocupação nas fábricas é mais volátil do que no comércio e nos serviços e deve afetar o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de fevereiro. Após conhecer os dados da Fiesp, o economista revisou para baixo, de 190 mil para 170 mil, sua projeção para a criação de vagas com carteira no mês passado.  “A indústria nacional também deve demitir, mas a taxas bem mais suaves. E o emprego total, com comércio, agropecuária e serviços, ainda contrata”, afirma Ramos.

Segundo o analista da Quest, a exemplo dos números da Fiesp, o emprego industrial deve mostrar desempenho mais fraco em São Paulo do que em outras regiões no Caged de fevereiro porque, nesse Estado, há forte presença da indústria automobilística e de aço, cuja produção está indo mal. Em janeiro, de acordo com o IBGE,  a atividade do segmento de veículos automotores recuou 30,7% frente a dezembro, feitos os ajustes sazonais. Em fevereiro, segundo dados da Anfavea dessazonalizados pela LCA Consultores, houve nova retração sobre janeiro, de 5,9%. A consultoria projeta que a indústria de transformação nacional deve abrir 19,4 mil vagas formais em fevereiro, frente as 60 mil criadas em igual mês de 2011.

O economista Fabio Romão pondera que, como no ano passado o Carnaval caiu em março, a indústria acabou antecipando contratações no mês anterior, e neste ano a incidência do feriado no mês passado deve reduzir a geração de vagas no setor. “Mas no curto prazo o emprego industrial deve continuar fraco até abril, como reflexo da produção ruim e da desaceleração que aconteceu no fim do ano passado.”

O Itaú Unibanco também cortou, de 180 mil para 155 mil, sua projeção para a criação de vagas formais em fevereiro. Segundo Aurélio Bicalho, economista do banco, o emprego na indústria paulista tem forte influência sobre o saldo de vagas do setor no Caged. A indústria, diz Bicalho, está equacionando seus estoques e, enquanto esse processo não for concluído, o emprego industrial continuará dando sinais de fraqueza. “A tendência é que ao longo do segundo trimestre a atividade industrial ganhe força e esse efeito deve aparecer no emprego, que responde com defasagem, ao longo do segundo semestre.”

Os analistas ouvidos esperam nova queda do emprego industrial medido pelo IBGE em fevereiro. Em janeiro, de acordo com a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes), a ocupação nas fábricas de todo o país caiu 0,3% frente a dezembro, feitos os ajustes sazonais.



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