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Têxteis estão otimistas para 2012

Veículo: Diário do Comércio
Seção: Economia
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A linha Bionatural, da Altenburg, foi criada para atender a nova classe média. - Divulgação/Edson Pelence.




 

 

 

 

 

 

 

 

A Texfair Home 2012 traz na sua 13ª edição mais do que tendências do segmento cama, mesa, banho e decoração para os empresários do varejo. Ela sinaliza o otimismo dos fabricantes em uma retomada na produção e nas vendas, afetados em 2011, em especial, pela crise do algodão.

 
A maior feira da América Latina do setor têxtil, realizada em Blumenau (SC), reúne até hoje, 105 expositores e mais de 300 marcas. Além de um aumento de 15% no número de empresas participantes, o otimismo na Texfair é evidenciado pela estimativa de crescimento dos fabricantes neste ano, que varia entre 15% e 48%.
 

Apesar do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) ter divulgado na quarta-feira que a indústria têxtil teve queda de 5,6% em janeiro deste ano, comparado com igual mês em 2011, o presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau (Sintex), Ulrich Kuhn, afirma que, neste primeiro semestre, o setor, principalmente o segmento de cama, mesa e banho, já teve uma retomada. "A expectativa para 2012 é de crescimento entre 5% e 6%. É sobre uma base fraca, no entanto o importante é que sinaliza recuperação."
 
Kuhn aconselha os empresários a usar o tempo gasto para  reclamar das importações da China para discutir o Custo Brasil, competitividade e inovações. "O que não pode é se acomodar. Tem de lutar. Um bom exemplo é a Buettner, que entrou com pedido de recuperação judicial e mesmo assim está na feira fechando negócios", afirma.
 
Perspectivas – A Altenburg, de Blumenau, especializada na produção de enxovais para quartos, está apostando em dois lançamentos na Texfair: a Coleção Bionatural e a Coleção Blend. A primeira é confeccionada em "ecopercal" 180 fios e não passa pelo processo de alvejamento, o que economiza água. 
 
De acordo com Rafael Locks, gerente de desenvolvimento de produto da empresa, só nesta primeira edição 250 mil litros de água já deixaram de ser usados. Já a Blend cria um conceito de sensações e texturas e mistura materiais como malha e o plush em microfibra.
 

Gláucio Gil, diretor-comercial e de marketing, diz que a meta da Altenburg para este ano é ousada: crescer 25% sobre 2011, que teve queda de 15% na receita ante 2012.
 
A Lepper, de Joinville (SC), especialista em licenciamento para cama e banho, levou para a feira grandes apostas: dois novos licenciamentos infantis, a coleção do Homem Aranha e a do desenho Generator Rex. Só com o Homem Aranha, a empresa espera faturar 30% mais. Além das linhas importadas para bebê e cozinha. Para 2012, o crescimento aguardado pela Lepper é de 48% sobre 2011, que fechou com retração em relação a 2010, de acordo com o diretor de marketing, Ênio Kohler.
 
A Branyl, fabricante de cortinas e tecidos de São Paulo, levou para a feira 19 lançamentos de cortinas e 30 novos tecidos para decoração, colchões e indústria moveleira. A estimativa é que a participação na feira, além de já ter gerado clientes na Venezuela, Colômbia e Jordânia, responda por um aumento de 20% na produção. Para o ano de 2012, a expectativa é crescer 12% em relação ao ano passado.
 
O segredo para o sucesso, na opinião de Edvaldo Figueira, gerente nacional da Branyl, é se antecipar-se. "Estamos preparando nossas coleções com antecedência. Não ficamos tentando ser concorrentes dos itens que os chineses trazem para cá, vamos atrás do diferencial, do design, da criatividade, do belo. Quem tem o que mostrar, suplanta qualquer  dificuldade", garante Figueira.
 
*A jornalista viajou a convite da organização da Texfair Home
 
Exportação em baixa, mira no Brasil
 
Aqueda de quase 50%  nas exportações do segmento de cama, mesa e banho – 2011 fechou com vendas externas somando US$ 121 milhões em têxteis para o lar após embarques de US$ 227 milhões em 2010 – que ocorreu pela forte retração dos mercados em crise e das medidas protecionistas, como as da Argentina, está fazendo com que os grandes fabricantes se voltem para o mercado interno.
 
Segundo Ulrich Kuhn, do Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau (Sintex), conscientização e inovação são alguns dos remédios para alavancar o segmento em 2012 e gerar mais empregos formais.
 
Pensando nisso, parte dos fabricantes tem apostado na classe média  – o grupo consumidor que mais gasta atualmente com produtos para o lar – para criar coleções e alavancar vendas.
 
Edvaldo Figueira, gerente nacional da Branyl, diz que com o aumento do poder aquisitivo a nova classe média está ficando mais exigente e quer o melhor para realizar seu sonho de consumo. "Tanto que desenvolvemos produtos voltados para a classe C, como a linha Different, que atende a exigência desse público pelo novo e belo, e cabe no seu bolso," diz Figueira.
 
A linha Bionatural da Altenburg, com o ecopercal 180 fios, foi criada para a classe média, que segundo o gerente de desenvolvimento de produto da empresa, Rafael Locks, acham "bacana" ser sustentável. 
 
Locks destaca que a facilidade no crédito tem levado naturalmente a classe C a comprar os produtos da marca antes direcionados para o público A e B.
 
De olho nessa classe, a Lepper oferece produtos acessíveis para consumidores de diversas classes, como as coleções licenciadas. "Temos os mesmos produtos em materiais distintos. O jogo de lençol do Homem Aranha, por exemplo, poderá ser encontrado em 100% algodão, malha de algodão e tecido misto com poliéster, respectivamente com custo mais baixo", explica o diretor de marketing, Ênio  Kohler.


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