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Indicador aponta produção quase estagnada em 2011

Veículo: Valor Econômico
Seção: Brasil
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Os indicadores de atividade industrial fecharam 2011 "praticamente estáveis", de acordo com pesquisa divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O uso da capacidade instalada caiu 0,1 ponto percentual, frente à média registrada em 2010. O número de horas trabalhadas avançou 0,9% em igual comparação. Como apontado ao longo do ano, o faturamento do setor se descolou da produção e obteve um aumento de 5,1% no ano, em relação ao mesmo período anterior.

Os ramos da indústria de transformação com maior queda na produção, medida pelas horas trabalhadas, foram vestuário, madeira, couros e calçados, máquinas e materiais elétricos. No sentido inverso, ficaram os setores de metalurgia, borracha e plástico, minerais não metálicos e equipamentos de transporte, exceto automotores, segundo o levantamento Indicadores Industriais.

"O desempenho da indústria beirou a estagnação, ficando muito aquém do resultado de 2010", diz a CNI em relatório. Isso porque, em 2010, o faturamento real subiu 9,9% sobre 2009, e as horas trabalhadas cresceram 7,2%. O acúmulo de estoques ao longo do ano e a forte entrada de matéria-prima e produtos importados são as principais explicações, apontadas pela CNI, para a diferença entre nível de atividade e faturamento no ano passado.

Os segmentos de couros e calçados, material eletrônico e de comunicação e equipamentos de transporte, fora veículos automotores, registraram os maiores ganhos reais entre os setores da indústria de transformação pesquisados. Têxteis e madeira foram os ramos com maiores quedas no indicador.

A indústria teve, em dezembro passado, um recuo de 2,7% no faturamento real, em relação ao mês de novembro, segundo dados dessazonalizados. Mesmo com a tendência de queda do fim de 2011, a CNI acredita em recuperação da atividade ao longo deste ano.

"O desempenho da indústria em 2012 deve ser ligeiramente melhor do que em 2011", avalia o gerente-executivo de políticas econômicas da instituição, Flavio Castelo Branco.

A previsão leva em consideração os efeitos de estímulos para alguns setores, como indústria automobilística e produtos domésticos, além da execução de ações do programa Brasil Maior. "Mas o problema maior, que é de competitividade e é provocado pela entrada de produtos manufaturados procedentes da Ásia, deve continuar", afirma o economista.



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