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IBGE avalia que comportamento da indústria em 2011 foi "negativo"

Veículo: Valor Econômico
Seção: Brasil
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RIO – Medidas macroprudenciais, juros, redução da demanda interna, estoques elevados e dólar desvalorizado são fatores que explicam o “ligeiro” avanço de 0,3% da produção industrial do país em 2011 na comparação com 2010. Essa é a avaliação do gerente da coordenação de indústria do Instituo Brasileiro Geografia e Estatística (IBGE), André Luiz Macedo.

“2011 foi um ano em que o setor industrial apresentou um comportamento negativo”, diz Macedo, ao comentar os resultados da Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física (PIM-PF), divulgada nesta terça-feira.

A PIM-PF mostra que, em 2011 frente a 2010, dos 27 setores investigados, 12 ramos registraram recuo em sua produção, destaque para têxtil, com queda de 14,9%, e calçados e artigos de couro, com redução de 10,4%.

“O real valorizado durante a maior parte do ano favoreceu a presença de produtos importados de têxtil e calçados no mercado doméstico”, afirma o especialista do IBGE.

Também registraram baixas expressivas, entre 2010 e 2011, os grupos outros produtos químicos, com redução de 2,1%, e máquinas, aparelhos e materiais elétricos, cuja retração foi de 3,7%.

Por outro lado, no mesmo período, 15 ramos apresentaram crescimento em sua produção, sendo as maiores influências positivas de veículos automotores, com alta de 2,4%, e de outros equipamentos de transporte, com avanço de 8%. Em seguida, o grupo indústrias extrativas e o setor produtor de minerais não metálicos registraram expansão de 2,1% e 3,2%, respectivamente.

O baixo resultado obtido pela indústria geral em 2011 contrasta com o desempenho observado no ano anterior. Em 2010, a indústria cresceu 10,5% em relação a 2009, ano em que o setor caiu 7,4% ante 2008.

No ano passado, a produção de bens de capital subiu 3,3% em relação a 2010, ano em que subiu 20,9% na comparação com 2009. 

A fabricação de bens intermediários avançou 0,3% em 2011, enquanto no ano anterior o crescimento foi de 11,4%. A produção de bens de consumo duráveis recuou 2% em 2011, após subir 10,3% em 2010. Já a fabricação de bens de consumo semi e não duráveis caiu 0,2% em 2011, depois de aumentar em 5,3% em 2010.

“É preciso ressaltar que os bons resultados da indústria em 2010 deveram-se à baixa base de comparação com 2009, período em que o setor foi afetado pela crise internacional”, disse.

(Diogo Martins | Valor)



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