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Vamos impedir que real se valorize, diz Mantega

Veículo: O Estado de S. Paulo
Seção: Economia
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Preocupado com a perda de competitividade dos produtos brasileiros, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, avisou ontem que o governo não vai permitir a valorização do câmbio e disse que o governo poderá desencadear medidas duras contra países que adotarem concorrências predatórias, prejudicando o Brasil.

"Os mercados estarão mais disputados. Nossa manufatura tem perdido terreno, principalmente em relação a países asiáticos e por isso vamos continuar com a política de impedir a valorização do câmbio e a política de defesa comercial, tomando medidas contra os países que fazem uma concorrência predatória, desleal, com subfaturamento e usaremos até salvaguardas, se for necessário", declarou Mantega, em entrevista, após a primeira reunião ministerial deste ano, comandada pela presidente Dilma Rousseff, após dizer que "é importante criar condições para que a indústria brasileira possa ter um desempenho melhor no próximo ano".

Na entrevista, o ministro da Fazenda afirmou que o governo quer chegar em 2014 com investimento de 24% do PIB e destacou que a meta de crescimento este ano será de 4,5%. Ele admitiu, no entanto, que, por causa da difícil situação do mercado externo, "no mínimo" a economia crescerá 4% e, "se a economia internacional se recuperar, podemos tentar chegar a 5%".

Mantega evitou falar sobre os cortes no Orçamento, negando que o Planalto já tenha definido o seu tamanho ou que ele possa chegar a R$ 70 bilhões. "Vocês podem desconsiderar estes números", disse o ministro, acrescentando que somente em meados de fevereiro haverá definições. Segundo o ministro, "o ano é de reforçar os investimentos" e "a política fiscal, sólida e responsável vai continuar".

Ele disse também que o governo "vai atrás do superávit primário cheio", acrescentando que isso significa "continuação do controle de gastos de custeio, sem sacrificar os programas sociais e os investimentos". E emendou: "não haverá penalização dos investimentos". Segundo ele, essa política fiscal abre espaço para a queda da taxa básica de juros.

Para este ano, Mantega prometeu manutenção ou até crescimento do volume de empregos com carteira assinada de 2011, que foi de 2,5 milhões. O aumento do emprego e do crédito, de acordo com o ministro, têm permitido a melhoria das condições de vida da população.

"Hoje a população dispõe de um grande volume de bens e serviços", disse o ministro, citando pesquisa publicada no Estado, que mostrou a mobilidade social no País. "A classe E, de renda mais pobre, está em extinção e migrando para as classes D e C e até a B. Estamos criando uma grande classe média."



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