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Ibovespa rompe os 60 mil pontos e atinge maior nível em seis meses

Veículo: Valor Econômico
Seção: Finanças
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SÃO PAULO – Depois de muita expectativa e de alguns ensaios, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, finalmente conseguiu romper a resistência técnica dos 60 mil pontos e marcou o maior patamar em cerca de seis meses. O respaldo para o movimento partiu dos dados de atividade divulgados na China e dos leilões de títulos da dívida da Europa. No Brasil, a disparada das ações da Vale contribuiu para a trajetória do mercado.

Nem mesmo os problemas técnicos enfrentados pela Bovespa em um dos núcleos de negociação do sistema Mega Bolsa, que encurtaram o pregão em uma hora e 25 minutos, desanimaram os investidores.

O Ibovespa fechou com valorização de 1,15%, aos 60.645 pontos, o maior nível desde 13 de julho (60.669 pontos). O giro financeiro atingiu R$ 6,491 bilhões, ultrapassando a média diária vista neste ano. O número de negócios no mercado à vista atingiu 532.626, pouco abaixo da média diária no ano, de 538 mil operações.

No mercado americano, as bolsas tiveram altas menos expressivas. Antes dos ajustes finais, o índice Dow Jones subia 0,48%, o Nasdaq avançava 0,64% e o S&P 500 tinha alta de 0,35%.

Destaque da sessão, a China divulgou uma bateria de indicadores de atividade e confirmou sua desaceleração. Ainda que os números de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no quarto trimestre e do varejo e da produção industrial em dezembro tenham superado as previsões, eles ficaram abaixo da expansão vista anteriormente.

Os dados reforçaram a percepção de que a economia está numa trajetória suave de desaquecimento, além da expectativa de que o governo chinês deve adotar medidas de estímulo.

Além disso, a confiança dos investidores na Europa parece não ter sido abalada pela decisão da Standard & Poor´s de rebaixar as notas de risco de crédito de nove países da zona do euro. Depois do sucesso da França ontem, hoje foi a vez de Espanha, Grécia e Hungria contarem com forte demanda em leilões de títulos para financiar suas dívidas, com taxas de juros menores pagas aos investidores.

Por fim, nos Estados Unidos, o foco esteve na temporada de balanços corporativos, mais especificamente no setor financeiro. Se de um lado as ações do Citigroup desabaram após o banco ter um lucro 11% menor no quarto trimestre, os papéis do Wells Fargo subiram, em reação ao bom resultado do banco no mesmo período. Seu lucro cresceu 20,3% no trimestre, na comparação anual.

“A bolsa brasileira parece estar tirando o atraso neste mês. Ontem tivemos uma euforia com o leilão da França e hoje com os dados da China. De toda forma, já vimos esse filme antes. Esta retomada ainda não passa confiança, vemos uma movimentação atípica de alguns ativos”, diz o analista sênior do BB Investimentos, Hamilton Alves.

Ele avalia que quinta-feira poderá ser um dia decisivo no curto prazo, diante da divulgação de uma série de indicadores americanos, referentes ao setor imobiliário, emprego e atividade no país.

Empresas

Dentro do Ibovespa, o destaque partiu das ações da Vale. Enquanto os papéis PNA subiram 4,09%, a R$ 40,91, com giro de R$ 956 milhões, as ações ON avançaram 5,10%, a R$ 42,79, com volume de R$ 270 milhões.

A diretoria executiva da mineradora aprovou proposta de remuneração mínima aos acionistas de US$ 6 bilhões para 2012, equivalente a US$ 1,177095354 por ação ordinária ou preferencial em circulação. O valor representa aumento de 50% em relação à remuneração mínima anunciada em 2011.

Ainda entre as maiores altas do Ibovespa figuraram papéis como JBS ON (5,69%, a R$ 5,75), MRV ON (4,17%, a R$ 12,73) e Bradespar PN (3,51%, a R$ 32,95). Petrobras PN ainda ganhou 0,63%, a R$ 23,80, e OGX Petróleo ON se apreciou em 1,86%, a R$ 15,26.

Na direção oposta, Cteep PN (-2,15%, a R$ 56,38), Klabin PN (-2,66%, a R$ 8,03) e Vanguarda Agro ON (-2,70%, a R$ 0,36) tiveram as maiores perdas.

Quatro dias após anunciar sua entrada no capital da Vanguarda, o BTG Pactual alienou sua fatia de 10,65% na companhia em um leilão realizado na sexta-feira. No mesmo dia, o acionista minoritário Hélio Seibel anunciou aumento de 10,7% para 13,48% na sua participação na produtora de soja, milho e algodão. Em paralelo, Salo Davi Seibel atingiu uma fatia de 5,02% da empresa.



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