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A indústria pode estar pronta para uma reação

Veículo: O Estado de S. Paulo
Seção: Economia
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Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em novembro (último levantamento) a produção industrial brasileira cresceu 0,3%, depois de três meses de quedas que acumularam recuo de 2,6%. Todos esses dados são dessazonalizados. A questão é saber se o dado de novembro assinala uma recuperação da atividade.

É difícil chegar a essa conclusão a partir da reação de um único mês num período pré-natal, em que a indústria alimentícia se preparava para fornecer ao varejo e em que a indústria automobilística costuma aumentar sua produção para atender ao aumento de vendas. Em termos não dessazonalizados, o que se nota é que a indústria em geral apresentou recuo de 0,4% no mês, e, em relação a novembro de 2010, o setor de alimentos teve aumento de 5,4%; o de bebidas cresceu 2,9%; e o de têxteis, 3,5%; melhora que se observa também no caso dos produtos de vestuário de preço mais baixo.

Mas, talvez, o fato mais importante é a evolução da produção de bens de capital, que, em valor dessazonalizado, apresentou crescimento de 1,6%, e, em valores absolutos, acusou aumento de 15,06% em relação a novembro do ano anterior para equipamentos com fins industriais, o que parece indicar uma inclinação da indústria para voltar a investir na produção ou na modernização, o que permite pensar que a atividade industrial em 2012 poderá reagir, depois de um ano muito ruim como foi 2011.

No que se refere a bens de consumo duráveis, apenas veículos automotores e mobiliário exibem aumento de produção maior que a de novembro do ano anterior.

Diante desses resultados, seria normal que o setor se indagasse para saber o que pretende fazer, e como, para apresentar neste ano uma produção maior do que nos dois anos passados. Não há dúvida de que a maior arma para alcançar esse alvo seria procurar produzir com uma dose maior de inovação, o que exigiria que o setor aumentasse seus gastos em pesquisas e que o governo apoiasse na medida do possível esse esforço.

Seria já um sucesso se a indústria brasileira conseguisse produzir a um custo menor para poder enfrentar em melhores condições a concorrência no mercado internacional. Esse objetivo passa, é claro, pelo aumento da produtividade, que não depende apenas de máquinas mais eficientes, mas também de operários mais bem preparados.

Seria necessário examinar em quais produtos podemos ter superioridade - o etanol não serve, dado o seu malogro.



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