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Veículo: Valor Econômico
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Silva, do Magazine Luiza: treinamento de funcionários, além de diversificação do mix de produtos nas lojas, com itens de informática, telefonia e brinquedos.

Céu azul de brigadeiro, sem previsão de tempestades e um amplo horizonte para investimentos. É esta a previsão de técnicos e do setor varejista para os negócios na região Nordeste. Estudo elaborado pela Tendências Consultoria aponta que a previsão de crescimento médio anual do comércio no Nordeste ficará em 7% entre 2012 e 2016, acima da média brasileira geral, prevista para 6,1%. E não se trata de um fenômeno novo. No intervalo entre 2006 e 2010, a taxa média de crescimento do comércio nos nove Estados que compõem a região foi de 9,5% enquanto que no restante do país ficou em 8,3%. Atentas ao mercado que não para de crescer, as maiores redes varejistas nacionais e internacionais fincaram definitivamente suas bandeiras e vislumbram resultados cada vez mais positivos.

"As lojas do Nordeste são responsáveis por 11% do faturamento do grupo e queremos chegar a 15% nos próximos anos", diz Luiz Carlos Araújo, diretor regional do Pão de Açúcar Nordeste, que congrega 52 lojas das bandeiras Pão de Açúcar, Extra e Assaí (não estão computados os números de Ponto Frio), além de dezenas de drogarias e postos de combustíveis. A rede está presente em oito Estados - a exceção é o Maranhão.

Segundo ele, é preciso saber falar a linguagem de cada localidade, que vão desde a cor dos artigos têxteis até o tamanho das embalagens. "Aqui os consumidores dão preferência às cores mais fortes, como vermelho e amarelo. Os alimentos são vendidos em embalagens de 1 quilo e é preciso adequar o mix ao paladar local, como itens como flocão de milho, usado para preparo de cuscuz, queijo do reino e mais leite em pó do que em embalagem longa vida", diz Araújo.

A francesa Carrefour está presente na região com 22 lojas em sete Estados (com exceção do Piauí e do Maranhão), atuando também com a bandeira Atacadão. As últimas expansões na região aconteceram em 2010, com a abertura de duas unidades na Bahia e uma no Ceará. Segundo o Carrefour, a receita para obter a aceitação está em compreender a cultura regional, seja se adequando ao ritmo local, abrindo as lojas uma hora antes das dos demais Estados, como nos hábitos culinários, caso das padarias dos hipermercados, que oferecem guloseimas típicas como bolo de rolo e bolo de recife.

Com 215 lojas em 72 municípios, o grupo Walmart aposta forte na região. Dono das bandeiras Bompreço, Hiper Bompreço, TodoDia, Sam's Club e Maxxi Atacado, o Walmart investiu apenas em 2011 mais de R$ 1 bilhão na abertura de 80 lojas no país, sendo 40% no Nordeste, maior parte voltada para as classes C, D e E, nas bandeiras TodoDia (supermercado de "vizinhança") e Maxxi, no atacado. Em 2010, o grupo inaugurou 15 lojas. A rede possui 28 mil funcionários e está presente em todos os Estados, com foco de ampliação no interior.

A curiosidade é que apesar de ser uma referência mundial no varejo, não há nenhuma loja com a marca Walmart. Segundo a companhia, as bandeiras não foram mudadas por que o grupo quis manter a identidade regional das marcas (especialmente Bompreço), que contava com um recall muito forte com o público local.

No caso do Magazine Luiza, pesou mais a força nacional da marca, que estava em presente em programas de veiculação nacional pela TV. Em 2010, o grupo adquiriu o controle das 141 unidades da tradicional Lojas Maia, rede mais voltada para a venda de móveis para classes populares, que atuava há mais de cinco décadas em todos os Estados da região. Até o próximo ano, todas as lojas serão remodeladas e ganharão o layout do Magazine Luiza. Segundo Marcelo Silva, diretor superintendente do Magazine Luiza, a principal mudança foi firmar uma nova cultura que se traduzisse em um novo modelo de negócio. "Ampliamos o quadro e proporcionamos cursos de qualificação aos funcionários, além de diversificar o mix de produtos nas lojas, com itens de informática, telefonia e brinquedos."