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Tombini: cenário externo justifica novo corte nos juros

Veículo: Brasil Econômico
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O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, avalia que a economia brasileira tem condições de enfrentar os efeitos da crise externa e que esse quadro justifica os ajustes monetários adotados.

"Essa deterioração (do cenário externo) tem significativos impactos na atividade econômica e inflação, por diferentes canais de transmissão, justificando a implementação de ajustes moderados nas taxas de juros", disse, sinalizando a possibilidade de novos cortes na Selic.

A taxa básica de juros da economia, a Selic, atualmente está em 11,5% ao ano. O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC se reúne na próxima semana para definir a taxa.

Tombini fez ainda um balanço de todas as medidas adotadas pelo BC no decorrer do ano, como as novas regras para tarifas de cartões, limitações a concessões de crédito ao consumo e a atuação no mercado de câmbio.

"A natureza do capital estrangeiro que ingressa agora no país é de melhor qualidade", afirmou em discurso, ontem à noite, para convidados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

Em relação à inflação, a avaliação do presidente da autoridade monetária é de que após alcançar "nível máximo" no terceiro trimestre, os indicadores de inflação já estão em processo de desaceleração, caminhando para a meta.

O auge foi setembro, quando o IPCA acumulado em 12 meses atingiu 7,31% - o teto da meta é 6,5%. Em outubro, houve uma pequena desaceleração para 6,97%. Tombini acrescentou ainda que a estabilidade econômica é algo que se conquista a cada dia.

O presidente da Febraban, Murilo Portugal, elogiou a condução da política monetária pelo governo federal e avaliou que o ano de 2011, apesar das maiores dificuldades em relação a 2010, foi menos difícil que 2009, quando o sistema bancário brasileiro sentiu os reflexos da crise financeira internacional.

"Eu acredito que este pouso suave da economia será reconhecido com um êxito de nossas políticas monetária e fiscal em circunstâncias de grande incerteza externa", afirmou aos convidados.

Portugal destacou ainda a solidez do sistema financeiro e que um dos desafios é expandir o "crédito a taxas superiores ao crescimento do PIB sem perda da qualidade dos empréstimos e sem comprometer a solidez do sistema bancário".

Sistema bancário

O dirigente informou que entre janeiro e outubro os bancos abriram 830 novas agências no país e que 2011 deverá ser o ano com o maior número, segundo série histórica da instituição, de novos pontos de atendimento abertos.

Portugal comemorou ainda o fato do número de contas correntes ativas ter atingido a marca de 90 milhões. Já as cadernetas de poupança somam 100 milhões. Os ativos totais do sistema bancário chegam a R$ 4 trilhões, quase metade formada por operações de crédito.

"O total de empréstimos ao setor privado registrará o oitavo ano consecutivo de crescimento na casa de dois dígitos e deve atingir o patamar de R$ 2 trilhões até dezembro."


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