Notícias

China começa a sentir efeitos do contágio da recessão na Europa

Veículo: DCI
Seção:
Página:

Londres - Enquanto a zona do euro perde tempo, a China começa a queimar. Isso pode ser um tanto exagerado, mas não muito. Já existem evidências de que a crise da dívida da zona do euro não apenas está se espalhando para os bancos - reduzindo sua capacidade de autofinanciamento -, mas também para os principais parceiros comerciais. Neste caso, a China. E o que é ruim para a China é definitivamente ruim para a economia global.

Na verdade, notícias de uma desaceleração na China provavelmente vão eclipsar qualquer boa notícia vinda dos EUA. O crescimento da economia americana finalmente parece estar se acelerando, mas considerando-se o quanto a sua economia é fechada, levará tempo para que esse impacto positivo seja percebido no mundo.

Na mesma linha, qualquer impacto negativo sobre a economia dos EUA da crise da zona do euro poderá ser percebida de forma mais lenta, apesar de que os bancos americanos poderão em breve começar a enfrentar uma pressão de financiamento por causa de sua exposição.

Mas, como os recentes indicadores vêm indicando, a crise da zona do euro está tendo impacto sobre a China. Analistas estão agora prevendo que o crescimento, que era de mais de 10% não há muito tempo, vai em breve cair para abaixo de 9% nos próximos meses.

Como o crescimento das exportações está se desacelerando, o superávit comercial do país vai continuar a cair. Li Dakoui, um membro do comitê de política monetária do Banco do Povo da China (o banco central chinês), já alertou que esse superávit pode cair para zero em dois anos. Isto ajuda a explicar a relutância do BC chinês em permitir que o iuane continue a se valorizar no mesmo ritmo observado no início deste ano.

O banco central chinês certamente vai tentar manter as exportações chinesas competitivas por mais tempo que puder, especialmente considerando os temores de possível colapso da bolha imobiliária do país.

Os dados, que vieram junto com uma acentuada queda das condições para os negócios e das novas encomendas, mostraram que os preços dos imóveis residenciais em 33 das 70 cidades pesquisadas registraram o pior desempenho do ano.

Uma desaceleração do ritmo de alta do iuane não vai apenas aumentar a tensão com os EUA, que vêm exigindo menos manipulação cambial por parte de Pequim, mas vai reduzir o apetite por risco nos mercados globais de investimento.

A provável retirada que vai ocorrer de investimentos considerados "portos seguros" deve beneficiar tanto o dólar quanto o iene, mas vai deixar as chamadas moedas commodities, incluindo o dólar australiano, em dificuldade, por causa do rebaixamento da perspectiva de demanda global.


Compartilhe:

<< Voltar

Nós usamos cookies em nosso site para oferecer a melhor experiência possível. Ao continuar a navegar no site, você concorda com esse uso. Para mais informações sobre como usamos cookies, veja nossa Política de Cookies.

Continuar