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Bovespa sentirá "efeito Natal" já na próxima semana

Veículo: Brasil Econômico
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Mesmo em meio a um cenário cheio de incertezas em relação ao futuro da economia na Zona do Euro, a bolsa de valores brasileira deve começar a ser influenciada pelo "efeito Natal" já na próxima semana.

O otimismo pelo qual o mercado é tomado nos finais de ano já foi, inclusive, comprovado por um estudo da Leandro & Stormer que identificou o comportamento positivo do Ibovespa nos meses de novembro de dezembro.

"Nos últimos 17 anos não teve nenhum dezembro negativo", afirma Leandro Ruschel, sócio da Leandro & Stormer.

"Parece que essa sazonalidade está entrando em cena e o mercado gera expectativa de alta pelo menos até o final do ano", completa.

Dessa forma, o índice paulista deve sustentar o viés de alta deixado pelo pregão de sexta-feira (11/11), encerrado com valorização de 2,14%, aos 58.547 pontos.

Neste mês de novembro, o Ibovespa acumula leve variação positiva de 0,36%. No ano, as perdas ainda somam 15,52%.

"A semana fechou na promessa de continuar em alta. Mas estamos claramente em um cenário ainda bem perigoso, com chance de ter muita volatilidade", pondera Fernando Góes, analista do Rico, home broker da Octo Investimentos, que também aposta no viés positivo da bolsa desde que não haja muitas novidades vindas da Zona do Euro.

"Acho ótima notícia não ter notícia. No cenário atual, ficar sem novidades é uma boa notícia. A imunidade do mercado está baixa, então qualquer problema novo na Europa sentimos volatilidade", comenta.

De previsível, o único fator que colocará os pés no freio da bolsa será o feriado nacional de terça-feira (15/11), que atrapalhará a liquidez dos papéis.

"Sempre fica um gap de mais um dia para acontecer alguma coisa, o que aumenta os riscos. A chance de um gap na quarta-feira (16/11) é grande, o que pode ser positivo ou negativo, depende de como os mercados internacionais vão se comportar na terça", diz Góes.

De acordo com o analista, os indicadores de inflação no país estão perdendo a importância e as atenções devem se voltar para os dados divulgados por países da Zona do Euro.

Análise técnica

Para Leandro Ruschel, a baixa liquidez deve marcar o início da semana, sinal já dado pelo baixo volume negociado na sexta-feira, de R$ 4,950 bilhões, mas o viés, assim como na análise fundamentalista, também é de alta.

"O mercado parece manter uma decisão e vejo um viés positivo. A resistência está na faixa de 60 mil pontos e o suporte imediato em 56 mil", afirma Ruschel.

Ele também observa que o mercado reagiu "de maneira consistente em relação a um cenário bem negativo" das negociações na Europa. "Com um cenário tão negativo eu imaginava uma reação mais negativa também e não é o que enxergamos", diz.

Ações em destaque

Fernando Góes acredita que as empresas de siderurgia e commodities devem se destacar na próxima semana. As principais são CSN (CSNA3), Vale (VALE5) e Petrobras (PETR4).

Góes também inclui papéis do setor de construção civil, que, de acordo com ele, estão com os preços defasados e precisando de correção. Em um viés de alta, eles devem ser os mais beneficiados. Os principais são das incorporadoras de imóveis Rossi (RSID3) e Cyrela (CYRE3).

Entretanto, caso o cenário otimista seja prejudicado por notícia da economia internacional, esses papéis serão prejudicados.

"Nesse caso, eu passo para papéis defensivos e Hering, Ambev e Souza Cruz. Para quem pensa em um investimento no prazo mais longo é até mais seguro", explica.

Leandro Ruschel, em uma análise técnica, também aposta em commodities, principalmente Petrobras e Vale e destaca algumas ações fora do Ibovespa.

"As ações da Positivo (POSI3) conseguiram romper a faixa de resistência por volta de R$ 4,80 e estão em uma situação positiva. A QGEP (QGEP3) teve demonstração de volume de bastante força na ponta compradora e o rompimento de resistência em R$ 15,90 é um sinal positivo", avalia.

Ações na semana

No período entre 7 e 11 de novembro, os papéis da B2W (BTOW3) registraram o pior desempenho, com queda de 12,57%. No ano, as ações recuam 62,87% ultrapassando a Hypermarcas (HYPE3) - detentora do título de ação mais desvalorizada do ano até então - que tem queda de 62,77%.

Entre as razões para a queda estão a multa recebida pela B2W de R$ 1,7 milhão por atraso nas entregas, além do prejuízo de R$ 37,9 milhões no terceiro trimestre, ambos divulgados na quinta-feira (10/11).


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