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Produtor de algodão terá receita mais alta em 2012

Veículo: Valor Econômico
Seção: Empresas
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Em torno de 35% da safra de algodão que ainda nem foi plantada e que será colhida em 2012 já está vendida no Brasil. A estimativa da Associação Brasileira de Algodão (Abrapa) é que os negócios antecipados estejam em 700 mil toneladas, praticamente o mesmo volume registrado em outubro de 2010. A boa notícia é que a rentabilidade deve ser maior: os preços fixados estão 27% mais elevados.

O presidente da Abrapa, Sérgio De Marco, diz que o potencial era para que o volume de venda estivesse acima do registrado em outubro de 2010. No entanto, quando as cotações na bolsa de Nova York atingiram acima de US$ 1,10 por libra-peso (fim do primeiro semestre), os preços no mercado à vista estavam mais altos, acima de US$ 1,50, o que fez o produtor acredita que havia chances de os futuros subir mais.

A estimativa da Abrapa é de que o volume para entrega em 2012 tenha sido vendido a um valor médio de 97 centavos de dólar por libra-peso. "Na atual safra, esse valor foi menor, de 70 centavos de dólar por libra-peso", compara De Marco.

Na quinta-feira, as cotações internacionais voltaram às altas e superaram novamente a barreira de US$ 1 na bolsa de em Nova York. O contrato março fechou a US$ 1,0231 a libra-peso, valorização de 340 pontos. "Certamente, vamos ter mais negócios nesta semana".

De Marco acredita que essa remuneração mais alta nos preços fixados tende a aumentar o interesse por aumento de plantio de algodão no Brasil. Pesa ainda positivamente nesse cenário, as perspectivas altistas de preços, puxadas pela China, que prometem aquecer o mercado com mais compras da pluma, diz De Marco. "Para completar, a rentabilidade do algodão está mais elevada do que a da soja e do milho", compara o executivo.

Assim, a Abrapa prevê que o cultivo vai crescer 6% para 1,480 milhão de hectares, com destaque para a expansão nos Estados de Mato Grosso e Bahia. Essa área maior deve resultar na colheita de 2,1 milhões de toneladas. Na temporada atual, a 2010/11, a área foi de 1,4 milhão de hectares e a colheita foi finalizada, mas ainda há 40% da produção para ser beneficiada, o que dificulta informar um número exato, diz De Marco.

"Acredito que a safra será encerrada em 1,850 milhão de toneladas, quebra em relação às 2 milhões de toneladas previstas inicialmente, devido à estiagem que afetou as lavouras no primeiro semestre", avalia.

A Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM) têm registrados 1.075 contratos de venda de algodão para a safra 2011/12 que somam um volume 500,988 mil toneladas - 259,848 mil toneladas para exportação, 162,784 mil para exportação com opção de venda para o mercado interno, e 78,356 mil para o mercado nacional.

Como a BBM não tem 100% do mercado, estima-se que seu número tenha de ser acrescido em 100 mil a 150 mil toneladas para se ter um retrato mais fiel do cenário, afirma De Marco.

A expectativa do presidente da Abrapa é de que os preços do algodão fiquem entre os atuais 95 centavos de dólar por libra-peso e US$ 1,10. O limite de alta tem a China como aposta, segundo o executivo. "Se eles comprarem o volume de algodão que se espera, os preços vão para US$ 1,10", avalia.



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