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Crise internacional deve limitar a receita externa da agricultura

Veículo: DCI
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Depois de o agronegócio mundial acumular altas recorrentes em seus preços, dada a demanda aquecida por alimentos, ele vê agora a mudança da tendência devido à crise econômica que pode afetar todo o mundo. No entanto, no agronegócio brasileiro o impacto não deve ser expressivo, e a expectativa do volume de embarques e de faturamento com a comercialização externa das commodities agrícolas devem ficar em linha com as primeiras perspectivas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, de US$ 85 bilhões.

Para o gestor do Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea) Daniel Latorraca, "toda crise gera impacto de demanda por produtos, e nenhum setor sai ileso disso". Mas ele lembra que o Brasil vem abrindo novos mercados e que isso pode ser positivo. "Acredito que se continuar do jeito como está, com países anunciando quebra e outros ajudando, não teremos nenhum impacto no mercado. Agora, se estourar uma crise como em 2008 já sabemos bem a história, o pessoal segura o crescimento para passar pela crise, ai sim, afetando nossas exportações."

Segundo o secretário de Relações Internacionais do Mapa, Célio Porto, a expectativa do governo antes do embargo russo que afetou os embarques de carnes e do impacto da crise internacional era superar US$ 85 bilhões em exportações de produtos agropecuários estimados no começo do ano. Entretanto, os planos foram alterados por conta desses problemas. "As exportações vinham crescendo e batendo recordes mês a mês, mas isso era em função dos altos preços, não da quantidade que embarcávamos. O principal efeito da crise será em relação aos preços. Então, não conseguiremos antecipar o recorde como esperávamos e não vamos ultrapassar esses US$ 85 bilhões, como era esperado", disse ele ao DCI.

Porto lembrou que a União Europeia já chegou a representar 45% dos volumes embarcados pelo Brasil, e hoje não ultrapassa nem a casa dos 25%. Já os EUA, que também foram o principal destino dos produtos agropecuários brasileiros, agora são o terceiro destino. "Essa crise internacional resultaria em preços mais baixos das commodities; entretanto, ninguém deixará de comer."

Em meio às discussões sobre a alta demanda por alimentos, que elevou os preços, e a crise internacional, que derrubou as cotações, o analista de commodities Steve Cachia, da Cerealpar, alertou para o aumento da influência dos fundos de investimentos em commodities agrícolas. De acordo com ele, uma crise internacional gera no mercado um movimento de aversão a risco no qual os fundos se retiram independentemente das sinalizações do mercado.


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