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Banco Central intervém com US$ 1,7 bi no mercado futuro

Veículo: DCI
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Dois mil contratos são de curto prazo, 17,7 mil para o atual mês de outubro, 10 mil contratos para janeiro de 2012 e outros 4,45 mil contratos para abril de 2012.

"Há uma semana, o BC interveio quando a cotação alcançou R$ 1,95. A autoridade está atenta a essa faixa", apontou o analista econômico da Treviso Corretora de Câmbio, Reginaldo Galhardo.

O operador de câmbio da Renascença Corretora, José Carlos Amado, não acredita que o BC esteja colocando uma banda. "Mas é inegável que quando a cotação se aproxima de R$ 1,95 há uma correção na volatilidade", diz.

Para Jorge Knauer, diretor de Tesouraria do Banco Prosper, a pior coisa que pode acontecer para o BC é o mercado perceber que há um teto. "O Banco Central está se concentrando nessa faixa entre R$ 1,90 e R$ 1,95, forçando a cotação para baixo para equilibrar o mercado", argumenta.

Knauer acredita que apesar da alta recente, a cotação deve cair. "A probabilidade de voltar para R$ 1,80 e R$ 1,75 é muito maior do que a de subir ainda mais", acredita o diretor de Tesouraria.

Galhardo, da Treviso, explica a alta de ontem pelo cenário europeu. "Na parte da manhã havia um certo mau humor, porque a Grécia disse que não ia conseguir cumprir as metas", justificou.

Knauer, do Banco Prosper, segue na mesma linha, identificando a alta com ambiente externo. "O euro estava caindo cerca de 1,5% em relação ao dólar, alcançando a cotação de US$ 1,319 por dólar lá fora", detalha Knauer.

O diretor afirma que o mercado de câmbio está pequeno no momento. "Para as subsidiárias das multinacionais o dólar está caro agora, os exportadores é que estão aproveitando o preço", compara Knauer.

Galhardo tem visão semelhante. "As multinacionais já estavam enviando divisas há algum tempo. Quando começa a subir, as multinacionais passam a fechar as operações com mais frequência", sintetiza o analista da Treviso Corretora.

Na sua visão, o mercado está comprador. "A exposição cambial caiu para apenas US$ 1,3 bilhão, a diferença entre comprados e vendidos na BM&F;", avalia Galhardo.

Amado, da Renascença, diz que os clientes estão apenas cautelosos quanto ao preço. "Os volumes negociados estão voltando ao normal, e os agentes continuam aumentando a posição comprada", observa Amado.

Galhardo diz que não haveria necessidade de o Banco Central intervir no mercado se retirasse o Imposto de Operações Financeiras (IOF) do mercado futuro. "A medida é prejudicial até para o exportador, a operação ficou 1% mais cara por causa do imposto", alerta o analista da Treviso. O dólar pronto da BM&F; fechou em R$ 1,88 ao término do dia e o dólar futuro negociou R$ 24 bilhões.


Bolsa

O principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, o Ibovespa fechou em queda forte de 2,93%, aos 50.791,53 pontos e volume financeiro de R$ 6,36 bilhões.

De acordo com o analista de mercado da Cedro Finances, Mário Saldanha, a tendência do Ibovespa permanece indicando baixa. "Ao perder os 52 mil pontos, há essa parede leve dos 50 mil pontos, mas o mercado pode continuar caindo para a faixa dos 48 mil pontos", prevê o analista.

Ele lembrou que o Ibovespa atingiu o piso de 2011, em 8 de agosto, quando registrou a cotação de 48.668,29 pontos. Na opinião dele, essa tendência só será revertida se o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, voltar logo aos 11 mil pontos. "O Dow Jones está muito próximo do fundo de 10.600 pontos", argumenta.

Ontem, o índice Dow Jones fechou em queda de 2,36% aos 10.655,30 pontos, influenciado como a bolsa brasileira pelo humor contagiante da crise europeia. Anteriormente, a BB Investimentos a pedido do DCI, já havia previsto o primeiro suporte aos 48 mil pontos, e o piso em 42 mil pontos, caso a crise da Grécia contaminasse em risco sistêmico os bancos europeus.


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