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Arábia Saudita investirá US$ 100 bi em reatores nucleares até 2030

Veículo: DCI
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Riad - O governo da Arábia Saudita pretende investir mais de US$ 100 bilhões na construção de 16 reatores nucleares até 2030 com o objetivo de atender à crescente demanda energética do país sem comprometer as exportações de petróleo, afirmou o príncipe Turki Faiçal, ex-chefe do serviço secreto de seu país e ex-embaixador saudita em Washington, num discurso recente. A decisão vem na contra-mão de países como Alemanha, França e agora também a Suíça, que ontem aprovou uma lei que prevê o fechamento gradual das quatro usinas nucleares em operação no país até 2034. -

"Para manter o atual nível de exportação de petróleo e ao mesmo tempo atender à crescente demanda energética interna, o governo está investindo pesado em tecnologia solar", defendeu-se Faiçal, em discurso no Real Instituto Elcano, em Madri. "A Arábia Saudita vai gastar mais de US$ 100 bilhões para construir pelo menos 16 usinas de energia atômica pelo reino", prosseguiu o príncipe no discurso, proferido na segunda-feira, segundo transcrição disponível na página do instituto na Internet.

No início do ano, o jornal saudita Arab News citou Abdul Ghaini bin Melaibari, funcionário do órgão responsável pelo programa de energia nuclear da Arábia Saudita, para informar que o reino construiria 16 reatores até 2030 a um custo estimado de cerca de US$ 7 bilhões cada. "Depois de dez anos nós teremos os dois primeiros reatores. Depois disso, todos os anos inauguraremos dois, até termos 16 até 2030", declarou Melaibari, coordenador de colaboração científica da Cidade Rei Abdullah de Energia Atômica e Renovável, prossegue o jornal.


A Arábia Saudita está recorrendo à energia nuclear e a fontes renováveis para evitar que sua capacidade de exportação de petróleo seja afetada pelo crescente consumo interno de energia.


Alguns economistas advertem que se o consumo interno de energia da Arábia Saudita continuar crescendo no atual ritmo, de aproximadamente 7% ao ano, em 20 anos o país gastará o equivalente a quase toda a sua produção diária de petróleo, que é de mais de 8 milhões de barris por dia, ou cerca de dois terços de sua capacidade total de produção. No entanto, as projeções do governo e de analistas do setor apontam para um ritmo não tão elevado de crescimento do consumo interno de energia.


No discurso, ao mesmo tempo em que manifestou as ambições nucleares da Arábia Saudita, o príncipe Faiçal insistiu em que Irã e Israel deveriam "abdicar da aquisição de armas nucleares".


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