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Mesmo em ritmo menor, linha para carros continua em alta

Veículo: DCI
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Desde o início do ano, o financiamento de veículos apresenta redução do ritmo de crescimento por conta das medidas macroprudenciais realizadas no final de 2010 pelo Banco Central. No entanto, o mês de agosto demonstra recuperação do saldo total e volume de concessões acumuladas. Para especialistas, o crescimento está de acordo com o esperado pela autoridade monetária, mas que os consumidores encontram alternativas, como o financiamento da entrada com outras linhas, como crédito pessoal


De acordo com dados do BC, as concessões acumuladas no mês caíram 14,3% no ano, de R$ 11,136 bilhões em dezembro de 2010 para R$ 9,539 bilhões em agosto. No entanto, o mês de agosto demonstra crescimento de 13,2% em relação ao mês anterior e o saldo de crédito para automóveis chega a R$ 164,008 bilhões em agosto, alta de 1,9% no mês e de 16,9% na comparação com dezembro de 2010, quando ficou em R$ 140,339 bilhões.


Segundo o professor José Carlos Polidoro, da Anhembi Morumbi, continua a ocorrer o crescimento do crédito no setor de veículos, mas em ritmo inferior ao ocorrido em 2010. Nos primeiros oito meses daquele ano, a alta do financiamento de automóveis chegou a 30%, de R$ 94,133 bilhões em dezembro de 2009 para R$ 120,182 bilhões em agosto.


"As medidas macroprudenciais continuam a atingir o setor, principalmente a exigência de entrada de 40% em financiamentos com prazo superior a 48 meses. Estima-se que com a queda no número de prestações, houve aumento de 20% no valor médio..


Polidoro acrescenta que o consumidor busca alternativas para conseguir pagar a entrada do automóvel. "Procura o crédito pessoal, por exemplo, para financiar a entrada, mas o Banco Central já monitora essa prática. O aumento da entrada diminui o endividamento, mas o outro financiamento compensa." Por meio da assessoria de imprensa, o órgão regulador informa que desconhece o fato e que dispõe dados do saldo das carteiras.


Os números de agosto do Banco Volkswagen demonstram a elevação do mercado, com crescimento de 19,5% nos novos negócios em crédito direto ao consumidor (CDC), leasing e consórcio. Somente na carteira de crédito e leasing, o avanço foi de 18,2% em relação ao mesmo período de 2010, de R$ 16,5 bilhões para R$ 19,5 bilhões.


O diretor-presidente da instituição, Décio C. de Almeida, afirma que a expansão se apresenta em linha com as diretrizes do grupo de valorização da qualidade dos ativos, com total de R$ 22,7 bilhões em agosto de 2011, o que representa um salto de 17,6%. "Nossos resultados nos primeiros oito meses de 2011 reforçam a solidez e representatividade da instituição", afirma Almeida.


Outro banco de montadora a apresentar significantes números é o Mercedes-Benz, o que também justifica a expansão em agosto dos dados do Banco Central. Somente no mês, foram financiados 2,1 mil novos veículos, alta de 31% comparada a igual período do último ano, quando foram negociadas 1,6 mil unidades.


Em agosto, o saldo de financiamentos chega a R$ 408,10 milhões. De acordo com o banco, o melhor resultado no Brasil em 15 anos, alta de 41% ante o mesmo período de 2010, quando totalizou R$ 289,14 milhões.


O destaque do período foi o CDC, com ampliação de 199%, de R$ 35,27 milhões para o total de R$ 105,35 milhões, o que representa 26% do total das operações. "O resultado recorde conquistado representa o sucesso da gestão do Banco, que está com uma nova estratégia para a área comercial, com atendimentos específicos para clientes de automóveis e veículos comerciais", afirma Angel Martínez, diretor-comercial do Banco Mercedes-Benz.



Aumento de IPI

O aumento no Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) em carros importados a partir de outubro não deve impactar o mercado de financiamentos no Brasil, na opinião do professor José Carlos Polidoro. "O aumento do IPI vai causar um deslocamento de produtos importados para nacionais, o que é esperado para incentivar a produção brasileira."

Para fonte do setor de automóveis, as concessionárias de veículos importados sabem que o aumento do IPI vai elevar os preços finais em até 30%, mas que nos últimos dias o ganho foi enorme. "Os estoques estavam muito altos, com o equivalente a 45 e 60 dias de vendas, e os negócios seguiam estagnados desde o começo do mês. Com a divulgação do IPI maior, os consumidores iniciaram intensa corrida às compras, na tentativa de garantir o preço ainda sem reajuste."


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