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BC aumenta previsão de expansão do crédito para 17%
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A despeito da alta na taxa de juros no primeiro semestre e das medidas para conter a expansão do crédito no país, o Banco Central (BC) anunciou ontem a revisão da estimativa de crescimento dessas operações, de 15% para 17%, este ano. A projeção do volume de financiamentos em proporção ao Produto Interno Bruto (PIB) também subiu de 48% para 49%.
A nova estimativa de expansão do crédito supera os 15% considerados razoáveis, segundo declaração do presidente do BC, Alexandre Tombini, para evitar pressões inflacionárias. Entre janeiro e agosto, o estoque de operações subiu 10,7% e nos últimos 12 meses, 19,4%.
Ao divulgar as novas projeções, o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, explicou que a revisão foi motivada por fatores já ocorridos, como o crescimento do crédito acima do previsto, sobretudo para pessoas físicas, e o cenário de crise internacional. O volume das operações de crédito pessoal subiu 14,8% entre janeiro e agosto; de financiamentos de veículos, 16,9%; e habitacional, 56,5%.
— As nossas projeções consideram o ocorrido e a perspectiva até o fim do ano — disse Maciel.
O estoque de crédito na economia brasileira cresceu 1,7% em agosto em relação a julho, atingindo R$1,888 trilhão. Em setembro, até o dia 12, a alta nas concessões diárias chega a 3,9%, sendo 9,1% para pessoas físicas. Para as empresas, houve queda de 4,3% no período.
O BC, no entanto, continua considerando o ritmo de expansão do crédito moderado. Maciel lembrou que, em 2010, o crescimento foi de 20,6%.
Para o vice-presidente da Associação dos Executivos em Finanças (Anefac), Miguel de Oliveira, ao revisar as projeções, o BC acabou admitindo que não conseguirá diminuir a expansão do crédito aos níveis desejados. Segundo ele, apesar do aumento da taxa de juros e das medidas de contenção do crédito, o cenário continua incentivando o consumo.
— Com nível alto de geração de empregos, aumento da renda e prazos alongados de financiamentos, as pessoas se sentem motivadas a continuar comprando — afirmou Oliveira.
Isso ocorre apesar do crescimento na taxa geral de inadimplência (atrasos de até 90 dias), que atingiu em agosto 5,3% — o patamar mais alto desde fevereiro de 2010. Para pessoas físicas, o índice subiu para 6,7%, o mais elevado desde maio do ano passado. Entretanto, o BC lista indicadores de emprego, renda e o crescimento da economia para afirmar que a tendência é de acomodação da taxa de inadimplência até o fim do ano.
Taxa do cheque especial cai para 175,6% ao ano
Depois de terem atingido o pico em maio, os juros para pessoas físicas e jurídicas vêm oscilando mês a mês. Em agosto, a taxa geral ficou estável em 39,7% ao ano. Subiu 0,5 ponto percentual para pessoa física, para 46,2% ao ano, mas caiu em igual percentual para as empresas (30,9%). Dados parciais, até o dia 12 deste mês, mostram ligeira alta para pessoas físicas, em 46,7% ao ano, e queda para pessoas jurídicas, em 30,5%.
Por modalidades, caiu a taxa do cheque especial de 176,2% para 175,6% ao ano. Mas, no crédito pessoal, o custo subiu 1,8 ponto percentual. No caso de veículos, a alta foi de 0,8 ponto percentual.
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