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Quarenta milhões estão desempregados por causa da crise mundial

Veículo: Correio Braziliense Online
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A crise econômica mundial deve provocar uma devastação no mercado de trabalho dos países do G-20 — grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo e a União Europeia — nos próximos quatro anos. Desde 2008, elas já perderam 20 milhões de vagas e podem ver o número de desempregados aumentar em mais 20 milhões até o ano que vem. Além disso, as perspectivas são de que, até 2015, a atividade econômica não será suficiente para retomar os patamares de emprego observados antes do início do abalo financeiro.

Em reunião dos ministros do Trabalho do G-20, que termina hoje em Paris, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) alertaram que o emprego deveria crescer, ao menos, 1,3% ao ano para que esses países recuperassem as 20 milhões de vagas perdidas desde 2008 e incorporassem os jovens que chegam à idade de ingressar no mercado.

No entanto, os números mostram que, do ano passado para cá, o ritmo de criação de postos de trabalho no G-20 caiu de 1% para 0,8%. Diante desse cenário, o diretor-geral da OIT, Juan Somavia, defendeu uma cooperação mundial para impedir o aumento no nível de desocupação.

“Devemos atuar agora para reverter a desaceleração no crescimento do emprego e neutralizar a perda de postos de trabalho.

É absolutamente indispensável dar prioridade ao trabalho decente e investir na economia real”, afirmou.

A preocupação do diretor deve-se a uma realidade que assola todos os continentes. Estima-se que, hoje, o número de desempregados em todo o mundo seja de 200 milhões.

A OCDE e a OIT estão atentas, principalmente, ao desemprego entre os jovens. Na Espanha, onde a taxa de desocupação saltou de 8% para 21,3% de 2007 a 2011, a maior do mundo desenvolvido, eles são os mais prejudicados e têm encabeçado os protestos nas ruas. Lá, o índice entre os que têm de 16 a 25 anos de idade é de 43,5%, mais que o dobro da média no país.

O ministro do Trabalho brasileiro, Carlos Lupi, afirmou que, apesar das dificuldades internacionais, o Brasil é protagonista na abertura de vagas. Ele disse que o país pode oferecer contribuição significativa para que o G-20 alcance a marca de 110 milhões de novos postos, em cinco anos, necessários para enfrentar a crise. “Por esses números, já adianto que o Brasil hoje é responsável por 10% desse total, visto que este ano serão criados mais de 2,5 milhões de empregos formais”, disse o ministro.

Na avaliação de Cristina Helena Pinto de Mello, professora de economia do curso de administração da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), embora o nível de desemprego no Brasil esteja em um dos melhores patamares da história, de 6%, o mercado de trabalho também deve sofrer os reflexos da crise.

“Vamos conviver com um período de queda das principais economias do mundo, como Estados Unidos, China e União Europeia.

Precisamos ver como isso afetará as nossas exportações e a criação de vagas”, ressaltou Cristina. Ela observou que, nas economias emergentes, a perda do trabalho é muito mais preocupante.

“Na Europa, há uma política de bem-estar social que ampara os desempregados. Aqui, não temos isso. E o drama do desemprego é muito maior”, disse.

Gregos querem ficar no euro
Apesar das duras medidas que vem enfrentando por exigência dos parceiros da União Europeia, a grande maioria dos gregos — 77,8% — acha que o país deve permanecer na Zona do Euro, segundo uma pesquisa feita pela empresa GTO para a rede Mega TV. De acordo com o levantamento, apenas 15,8% acreditam que a Grécia deve deixar a união monetária. Mas os gregos que veem risco de o país declarar moratória são maioria: 54,8% dos entrevistados, contra 43,3% para quem essa possibilidade não existe. A pesquisa constatou ainda que a popularidade do Partido Socialista, que está no governo, atingiu o mais baixo nível em 10 anos.


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