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Acuados pela crise, americanos voltam à OMC contra a China

Veículo: Valor Econômico
Seção: Internacional
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Os Estados Unidos deflagraram nova disputa comercial contra a China, agora acusando Pequim de impor sobretaxa ilegal na entrada de frango americano, causando custos adicionais de US$ 1 bilhão por ano para seus produtores. Washington eleva para 12 o número de casos em que denunciou a China na OMC, enquanto os chineses atacaram os EUA com 6 disputas. Diante da deterioração da economia mundial, a expectativa é de mais agressividade, em geral, de países procurando derrubar barreiras comerciais. A decisão americana agora coincide com a preparação no Senado de ataque contra a China por causa de seu câmbio desvalorizado. O senador Harry Reid, líder dos democratas, planeja apresentar legislação contra os chineses para pressionar o governo de Barack Obama a reagir contra Pequim no caso do câmbio. Ampliar imagem O principal representante comercial americano, Ron Kirk, anunciou que os EUA estavam abrindo consultas na OMC contra taxação antidumping imposta por Pequim na entrada de frango americano por considerá-la "errada". Os EUA dizem que se trata de uma questão puramente bilateral, mas acham que podem atrair outros países. Recentemente, a União Europeia atacou os chineses na OMC por causa de medida antidumping contra equipamentos europeus de raio X. Normalmente, a consulta demora 60 dias. Sem entendimento, os EUA pedem, então, abertura de painel, levando o caso aos juízes. A disputa dura pelo menos dois anos. Enquanto isso, os produtores americanos vão continuar perdendo. Nas regras da OMC, não há retroatividade. Enquanto muitos países não cessam de reclamar dos chineses e fazer ameaça, os EUA têm recorrido à OMC. Atacaram recentemente a China também por causa de restrição na exportação de matérias-primas. Outro problema que se amplia é a questão das terras-raras, produto essencial em equipamentos de alta tecnologia. Enquanto as disputas aumentam, os principais países tentaram ontem, mais uma vez, decidir o que fazer sobre a Rodada Doha, com representantes vindos das capitais. As divergências pareceram insuperáveis. Pascal Lamy, diretor da OMC, diz que uma rodada nunca morre, só que não termina. O problema é que Doha já dura dez anos, e deve demorar pelo menos mais três anos, quando o comércio mundial já será bem diferente. Quando Doha começou a ser negociada, o comércio bilateral entre Brasil e China alcançava US$ 5 bilhões e os chineses vendiam sobretudo calçados, têxteis e brinquedos baratos. Hoje é o principal parceiro comercial do Brasil, com comércio total de US$ 55 bilhões e exporta material tecnológico também. Leia mais no site www.wto.org


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