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Medidas do governo são improvisadas, diz ex-ministro

Veículo: DCI
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O Brasil caminha rumo a uma economia mais fechada e menos competitiva, o que deve ter consequências negativas no longo prazo, avalia o ex-ministro da Fazenda e sócio da Tendências Consultoria, Mailson da Nóbrega. Para ele, tanto o aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis importados como a decisão de aplicar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre operações com derivativos cambiais são exemplos de decisões equivocadas do Ministério da Fazenda. "Essas medidas mostram que esse é um governo que improvisa, que acredita que o governo tem de dar subsídios a certos setores, escolher vencedores, proteger o mercado interno. Isso é um equívoco, vai fechar ainda mais o mercado brasileiro e não é bom no longo prazo", afirmou Mailson. Para o ex-ministro, tanto o consumidor quanto a indústria saem perdendo com medidas protecionistas. "O consumidor acaba pagando mais e a indústria fica menos competitiva", avaliou. Segundo ele, o governo mostrou que improvisa ao decidir, em julho, aplicar IOF sobre derivativos, inicialmente de 1%, mas que pode chegar a 25%, entre a posição comprada e vendida no mercado futuro, sem fazer consulta. Já as novas regras do IPI preveem que as empresas que não atenderem aos requisitos de investimentos e uso de componentes nacionais terão alta de 30 pontos percentuais no tributo até o fim de 2012. As montadoras terão de usar no mínimo 65% de conteúdo nacional ou regional (Mercosul), investir em pesquisa e desenvolvimento e preencher seis etapas de produção no País. Mailson disse ainda que a decisão do Banco Central de cortar o juro em 0,50 ponto percentual, para 12% ao ano também pode se mostrar no futuro "inapropriada". Por enquanto, ele prevê que a Selic deve fechar em 10,5%. "Acredito que o superávit primário em 2012 será de 2,2% e não de 3% como espera o governo. E não vejo no horizonte um alto risco de colapso no sistema financeiro como em 2008. Então, se o cenário do BC não se confirmar, ele terá que voltar a aumentar a taxa. Isso afetará ainda mais a credibilidade do BC, que já está arranhada", analisou.


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