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Inexplicável generosidade
Veículo: DCI
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Ao analisar a atual crise econômica europeia, os especialistas têm se dedicado a esmiuçar as características dos países que compõem o chamado PIIGS - nome dado às nações cuja situação, particularmente ruim, vem pondo em xeque a estabilidade do euro. Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha são o foco de incontáveis artigos, entrevistas e debates. Estes países do sul e do oeste do continente são a fonte dos problemas da União Europeia nos dias de hoje. - Trata-se de nações que, em maior ou menor grau, estão, financeiramente, de joelhos. Espanha e Irlanda são as que se encontram em estado menos ruim. Portugal sofre com a mediocridade de seu sistema produtivo: o país praticamente só é competitivo globalmente na fabricação de azeite e vinho. A Itália passou esta semana pela humilhação de ter de suplicar à China para que aporte alguns recursos em sua economia. A Grécia, por fim, está quebrada. O País encontra-se em algo como um "default técnico": só não deixou de vez de honrar suas dívidas porque França, Holanda, Finlândia e principalmente a Alemanha (mais o FMI) emprestaram-lhe (de má vontade) 110 bilhões de euros em maio e outros 109 bilhões em julho. Neste contexto, causaram espécie declarações recentes de nosso ministro da Fazenda, Guido Mantega, segundo as quais o Brasil e os demais países do Grupo dos BRICS poderiam vir a ajudar os PIIGS, talvez comprando os desmoralizados títulos que seus Tesouros emitem. Não há nenhum motivo racional pelo qual um país ainda vítima de desigualdades e graves problemas sociais, como o Brasil, deva colocar divisas em nações prestes a falir, como a Grécia. Tão infeliz foi a sugestão que, anteontem, a presidente Dilma Rousseff veio a público desautorizá-la: "O problema da Europa não é de falta de recursos; é de falta de decisão política", disse ela. Espera-se que, depois deste claro recado, Mantega passe a conter seus arroubos de generosidade com dinheiro público - bem como suas palavras.
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Ao analisar a atual crise econômica europeia, os especialistas têm se dedicado a esmiuçar as características dos países que compõem o chamado PIIGS - nome dado às nações cuja situação, particularmente ruim, vem pondo em xeque a estabilidade do euro. Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha são o foco de incontáveis artigos, entrevistas e debates. Estes países do sul e do oeste do continente são a fonte dos problemas da União Europeia nos dias de hoje. - Trata-se de nações que, em maior ou menor grau, estão, financeiramente, de joelhos. Espanha e Irlanda são as que se encontram em estado menos ruim. Portugal sofre com a mediocridade de seu sistema produtivo: o país praticamente só é competitivo globalmente na fabricação de azeite e vinho. A Itália passou esta semana pela humilhação de ter de suplicar à China para que aporte alguns recursos em sua economia. A Grécia, por fim, está quebrada. O País encontra-se em algo como um "default técnico": só não deixou de vez de honrar suas dívidas porque França, Holanda, Finlândia e principalmente a Alemanha (mais o FMI) emprestaram-lhe (de má vontade) 110 bilhões de euros em maio e outros 109 bilhões em julho. Neste contexto, causaram espécie declarações recentes de nosso ministro da Fazenda, Guido Mantega, segundo as quais o Brasil e os demais países do Grupo dos BRICS poderiam vir a ajudar os PIIGS, talvez comprando os desmoralizados títulos que seus Tesouros emitem. Não há nenhum motivo racional pelo qual um país ainda vítima de desigualdades e graves problemas sociais, como o Brasil, deva colocar divisas em nações prestes a falir, como a Grécia. Tão infeliz foi a sugestão que, anteontem, a presidente Dilma Rousseff veio a público desautorizá-la: "O problema da Europa não é de falta de recursos; é de falta de decisão política", disse ela. Espera-se que, depois deste claro recado, Mantega passe a conter seus arroubos de generosidade com dinheiro público - bem como suas palavras.
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