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Reversão nos rumos da política monetária

Veículo: Brasil Econômico
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Sob essa perspectiva, o cenário vigente até pouco tempo atrás vislumbrava um quadro inflacionário pressionado e a atividade econômica brasileira ainda mostrando alguma robustez, o que indicaria um crescimento do Produto Interno Bruto brasileiro acima de 4% em 2011 relativamente ao ano passado.

Esse cenário ainda contemplava um ambiente econômico global de moderado crescimento, com níveis de risco relativamente baixos. Sob essa perspectiva, tudo indicava para um quadro de manutenção do ritmo de recuperação da economia mundial.

O que se verificou nas últimas semanas foi uma mudança radical nesse cenário. No caso dos EUA, a autorização da elevação dos limites de endividamento do governo norte-americano pelo congresso foram condicionadas a cortes de gastos públicos. Isso representa uma diminuição de estímulos à demanda agregada em uma economia já relativamente debilitada.

Ao mesmo tempo, o rebaixamento da classificação de risco da dívida americana pela agência de classificação de risco Standard & Poor's em nada contribui para um cenário já conturbado.
Os mercados reagiram negativamente, mas esse é apenas o primeiro sintoma de uma perspectiva de menor crescimento para a economia do país e, eventualmente, uma nova recessão.

Do lado europeu os sinais também não são muito positivos. Os problemas fiscais verificados em vários países europeus parecem de difícil solução no curto e médio prazos. Esse problema, inicialmente circunscrito a alguns poucos países, tem se alastrado para economias de maior peso na região, o que eleva os níveis de tensão e risco na Europa.

Os temores em relação aos bancos europeus se elevaram nas últimas semanas e os mercados observam as ações dos governos europeus com cada vez mais desconfiança.

Ao mesmo tempo, fica claro que as economias emergentes, ainda que demonstrem um dinamismo econômico mais robusto que as dos países desenvolvidos, são incapazes de fazer frente à desaceleração da economia global e, em particular, das economias desenvolvidas.

Até mesmo porque boa parte da expansão da demanda e do crescimento desses países esteve associada ao crescimento das economias desenvolvidas, em particular os EUA, ao longo da última década.

Do ponto de vista brasileiro, esses condicionantes externos contribuem para uma mudança clara no cenário de juros.

Os temores de uma desaceleração econômica global e, eventualmente, uma nova recessão contribuem para pôr um freio no processo de aperto monetário brasileiro.
Esse fenômeno pode ser conjugado aos dados concretos de desaceleração da atividade econômica verificados ao longo dos últimos meses.

Tudo indica que a economia brasileira irá crescer menos de 4% neste ano relativamente a 2010.
O próprio governo reconhece isso e tem feito esforços, inclusive do ponto de vista fiscal, para cortar os juros o mais breve possível.


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