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Bancos e analistas revisam suas projeções para economia

Veículo: DCI
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Os bancos e as consultorias já começam a rever suas expectativas de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro neste ano em função das perspectivas de desaceleração no crescimento dos Estados Unidos e da Europa. Nesta segunda-feira, o banco norte-americano Morgan Stanley reduziu sua projeção para a expansão da economia do País para 3,7%, ante estimativa anterior de 4%. Para 2012 a previsão foi revisada de 4,6% para 3,5%.


O mercado financeiro, representado pelas 100 instituições ouvidas na pesquisa semanal Focus, do Banco Central (BC), também reduziu sua projeção para o PIB em 2011, de 3,93% para 3,84%. Para o ano que vem, a projeção para o crescimento da economia foi mantida em 4%.

Na semana passada, o Goldman Sachs ajustou suas previsões para a economia brasileira. O banco agora prevê que o PIB brasileiro crescerá 3,7% em 2011 e 3,8% em 2012, ante o aumento de 4,5% e 4%, respectivamente, projetado anteriormente.

A MB Associados revisou a projeção do crescimento econômico de 2011 para 3,9%, de 4,2%. "A turbulência internacional trouxe a discussão sobre possíveis impactos na economia brasileira", diz relatório da consultoria. O maior impacto decorre das menores exportações e da desaceleração da indústria. Por enquanto, segundo a MB Associados, o setor de serviços é pouco afetado.

O banco UBS foi outra instituição a rever os cálculos. Em relatório, o banco afirma que o crescimento do Brasil vai desacelerar em 2011, com a queda das exportações e o declínio nos investimentos. O banco recalculou suas previsões e agora diz que o País vai expandir 3,1% em 2011, em vez do número anterior de 3,9%. Em 2012, o avanço deve ser de 3,6%, e não mais de 4,1%.

A consultoria Tendências também está revisando a perspectiva de crescimento da economia brasileira para 2011, principalmente por causa de a produção industrial de junho ter sido mais fraca do que o esperado. "Acreditamos que isso terá um impacto no PIB do segundo semestre", diz a economista Alessandra Ribeiro.

Inicialmente a consultoria projetava alta de 1,1% do PIB no segundo semestre em relação ao primeiro e de 3,9% em 2011. "A revisão ainda não está concluída, mas aponta para 0,7% no segundo semestre e 3,6% no ano", afirma. Para 2012, a economista diz que a alta de 3,7% está mantida.

Já a LCA Consultores observa viés é de baixa, mas por enquanto não revisou seus números porque afirma que desde o início do ano mantém projeções menos otimistas que o mercado. "Nos mantivemos mais cautelosos. Não compramos a ideia de uma rápida recuperação da economia mundial", diz o economista Celso Toledo. A perspectiva é de alta de 3,4% do PIB em 2011 e de 3,7% em 2012. "Mas não ficaria surpreso se subisse apenas 3% neste ano", confessa Toledo.

Redução

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) também vê uma expansão mais fraca do que o esperado inicialmente. Após cada reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) para decidir a taxa básica de juros (Selic), a Febraban faz o relatório de projeções. No último, de julho, o crescimento do PIB em 2011 era previsto em 3,9% e em 2012, de 4%. Segundo a assessoria de imprensa, dados fracos de atividade devem diminuir essa expectativa.

Nos últimos dias, aumentaram os sinais de desaquecimento mais forte nos EUA e na Europa. O crescimento da maior parte das grandes economias do mundo se desacelerou mais no segundo trimestre, informou a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Segundo a OCDE, o crescimento nos 34 países que integram o grupo recuou para 0,2% no segundo trimestre, de 0,3% nos três primeiros meses de 2011. Esse foi o quarto trimestre consecutivo de crescimento mais lento e deixa a taxa de expansão da economia no nível mais fraco desde o segundo trimestre de 2009.

O Brasil também já mostra sintomas de desaceleração. Além da produção industrial de junho, que teve forte queda, de 1,3%, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia PIB, teve queda de 0,26% em junho ante maio. Ainda esta semana, outro indicador importante, o PIB Mensal do Itaú, será divulgado.



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