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Agronegócio exporta mais mesmo com a defasagem do câmbio

Veículo: DCI
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O agronegócio brasileiro segue expandindo suas exportações apesar da forte e prolongada valorização do real, conforme pesquisas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. Pesquisadores destacam que, além da reconhecida eficiência, o agronegócio vem contando com a ajuda dos preços em dólares, que se mantêm em patamares historicamente elevados - o que se repete para as commodities em geral. Esse cenário deve permanecer caso a crise atual não chegue aos extremos ocorridos em 2008. Por outro lado, o petróleo, também commodity, tem sido o contrapeso. Esse produto influencia os custos do agronegócio de forma direta e indireta via fertilizantes e defensivos. Como o aumento dos preços das commodities agrícolas tem sido menor que o do petróleo (observando-se desde 2000), a lucratividade do setor no final do primeiro semestre deste ano estava mais apertada do que em 2000.

Em junho de 2011, as exportações do agronegócio brasileiro bateram novo recorde de vendas ao exterior, atingindo US$ 8,910 bilhões, 29% acima do mesmo mês de 2010. Só nesse primeiro semestre de 2011, o valor exportado cresceu mais de 23% em relação a 2010. Cálculos do Cepea indicam que os preços externos (em dólares) têm sido o grande responsável pelo bom desempenho das exportações, já que apresentou alta de quase 26% na comparação das médias do primeiro semestre de 2010 e de 2011. O preço médio de junho foi o maior de todo o período desta pesquisa do Cepea - inicia-se em 2000.

De 2000 a 2011, os preços em dólares (IPE) dos produtos exportados pelo agronegócio brasileiro cresceram 128,3%. Os preços de café, açúcar, soja e carne bovina mais do que dobraram a contar de 2000. A tendência de crescimento é observada em todo o período, com pequena queda em torno de 2002 e entre 2008 e 2009, durante o auge da crise financeira. Só no primeiro semestre de 2011, a média dos preços externos ficou 25% acima da média de todo o ano de 2010.

Por outro lado, o câmbio real continua se valorizando, mantendo-se atualmente no pior patamar às exportações da década de 2000. A taxa de câmbio efetiva real do agronegócio (IC) continua seu processo de valorização (que teve início em 2005), atingindo 54% na comparação com 2000. Com isso, os preços em reais, que representam a atratividade das exportações nacionais (IAT), aumentaram apenas 5% no mesmo período, ou seja, o efeito da forte valorização do Real quase compensou o aumento dos preços externos. Mesmo assim, o volume exportado (medido pelo IVE) teve crescimento de 107,6%, comparando-se a média do primeiro semestre de 2011 em relação à de 2000.


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