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Governo projeta expansão de 7% nos investimentos

Veículo: Brasil Econômico
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O Ministério da Fazenda projeta uma expansão de 7% da Formação Bruta de Capital Fixo (FBKF) no primeiro semestre deste ano em relação a igual etapa de 2010.

Segundo Julio Alexandre da Silva, secretário-adjunto de Política Econômica, máquinas e equipamentos foram o fator impulsionador desse aumento. Além de virar capacidade instalada de forma quase imediata, os bens de capital elevam a produtividade dos investimentos.

"Nesse começo de ano a construção civil não ajudou muito, pois a base de comparação, o ano passado, era muito alta".

Para o segundo trimestre, dado que ainda será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a estimativa do governo é de aumento de 1% em relação aos três primeiros meses do ano. Nesse período, a elevação foi de 1,2% na comparação com o final de 2010.

"O importante é que o ritmo de expansão esteja sendo mantido", disse. "Mas foi por causa da importação, pois a produção não foi tão forte", disse Silva.

Nacionais em baixa

De fato, entre janeiro e junho, enquanto a produção geral de bens de capital no país cresceu 6,3%, as compras externas foram ampliadas em 28,5%. "Ainda não está claro que isso seja uma tendência", afirmou o economista do governo.

Mário Bernardini, assessor econômico da presidência da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), discorda frontalmente. Ele lembra que, há não muito tempo, a cada dez máquinas consumidas no Brasil, seis eram nacionais e quatro importadas. Hoje, essa relação é exatamente inversa.

"Se estivéssemos importando da Alemanha produtos de alta tecnologia, tudo bem. O problema é que os equipamentos vêm da China. O que vale é preço mesmo", disse, projetando crescimento de 5% neste ano da FBKF.

O problema, esclarece Mansueto Almeida, economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), é que, como o governo não tem espaço fiscal para elevar sua poupança e investir mais, a ampliação geral das inversões será seguida pela ampliação do déficit em conta corrente.

Seja importando ou produzindo internamente, o governo quer fazer com que o investimento cresça sempre a uma velocidade maior que o Produto Interno Bruto (PIB) para elevar a capacidade produtiva e não ter mais problemas de inflação pela frente.

Aliás, essa será uma das diretrizes do Plano Plurianual (PPA), que a área econômica está preparando para lançar em breve. O PPA estabelece as medidas, gastos e objetivos a serem seguidos pelo governo federal ao longo de quatro anos.


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