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Se recessão vier, agrícolas podem cair mais

Veículo: Folha de São Paulo
Seção: Mercado
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As commodities agrícolas seguiram o pânico do mercado financeiro e recuaram ontem. O setor de grãos, como trigo e soja, teve queda com intensidade menor, o que não ocorreu com as chamadas commodities "soft" (suco de laranja), que perderam valor com força maior.
Já as commodities de energia, como o petróleo, tiveram recuo ainda maior, devido à preocupação com os rumos da economia mundial.
A queda das commodities agrícolas não foi tão intensa, e essa tendência pode ser revertida em pouco tempo.
A demanda, mais forte do que a oferta, vem de países emergentes como China, Índia e Brasil. Esses países mantêm ritmo maior de evolução da economia do que o dos EUA e da Europa.
Outro incentivo à manutenção dos preços dos produtos agrícolas, que estão acima da média histórica, são os problemas climáticos, principalmente nos EUA.
A manutenção dos preços dos produtos agrícolas, no entanto, não está garantida.
Uma recessão forte nos Estados Unidos e na Europa complicaria o fornecimento de bens dos chineses para esses mercados, diminuindo o ritmo da produção na China.
A atividade industrial menor na China leva a uma queda na renda interna e a uma perda no apetite por importações de alimentos, afetando preços mundiais e o Brasil, bastante dependente das vendas externas de matérias-primas.
O problema não vem só da China. A recuperação da economia norte-americana, desta vez, não vai ser tão rápida como foi na crise de 2008.
O governo de Barack Obama não terá a enxurrada de dólares para irrigar o mercado, como fez há dois anos.
Além disso, a economia norte-americana, um dos motores da evolução mundial, voltou aos patamares anteriores a 2008, com vários agravantes: a renda da população e a oferta de emprego estão em patamares bem inferiores atualmente.


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