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Dedini espera freio na desindustrialização com pacote do governo

Veículo: Valor Econômico
Seção: Empresas
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A Dedini, uma das maiores fabricantes de bens de capital do país, espera que as medidas do governo anunciadas ontem para aumentar a competitividade do setor industrial do país tragam benefícios para a empresa no curto e médio prazos.

A companhia, localizada em Piracicaba, interior de São Paulo, considerou o pacote de medidas lançado ontem relativamente bom, mas ainda carente de ações medidas mais contundentes para o setor de bens de capital.

Sérgio Leme, presidente da tradicional fabricante de máquinas e equipamentos mecânicos para diversos setores industriais - siderurgia, mineração, bebidas e alimentos, petróleo e gás, entre outros - e de infraestrutura, como energia e tratamento de efluentes - afirmou que o setor deveria também ser contemplado diretamente.

Leme apontou que o pacote priorizou setores intensivos em mão de obra, como o têxtil e de confecções, o calçados e móveis.

"Foi um bom começo, com alguns benefícios indiretos para bens de capital, mas ainda falta avançar em medidas que reduzam o custo Brasil - um dos mais elevados do mundo - e que criem uma salvaguarda comercial consistente para a defesa de nossos produtos contra a concorrência deleal", observou.

O executivo, que comanda a empresa há três anos, elogiou as medidas de defesa comercial, a de adoção de margem de preferência de até 25% nas licitações governamentais para compra de produtos manufaturados e serviços nacionais e a modernização do Inmetro. "Com essas medidas, pelo menos, saímos da zona de conforto", observou, sobre a decisão do governo da presidente Dilma Rousseff, que anunciou o pacote pela manhã em Brasília.

A grande preocupação do setor de bens de capital, e da empresa, é o avanço da desindustrialização no país com o contínuo aumento das importações de produtos acabados. "Se continuar assim, pode exterminar a indústria de bens de capital no país", afirmou.

Leme apontou que déficit da balança comercial de máquinas e equipamentos mecânicos, que era de US$ 2 bilhões em 2006, deve crescer dez vezes desde então, fechando este ano em US$ 20 bilhões. Ele apontou também o favorecimento do câmbio valorizado para esse cenário do setor.

"Isso corresponde a 40 empresas como a Dedini, que emprega 4 mil pessoas", acrescentou o executivo. A empresa, que faturou R$ 2 bilhões em 2008, antes da crise, fechou 2010 com R$ 1 bilhão e prevê crescer 20% este ano.

A Dedini atua principalmente na fabricação de usinas sucroalcooleiras, negócio que responde por 60% do seu faturamento. Desde 2005/2006 começou a se diversificar, ampliando a atuação para mineração, energia e petróleo e gás. O segmento de alimentos e bebidas, com destaque para cervejarias, é o segundo principal negócio da empresa.



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