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Impasse americano é superado, mas economia mundial vive incerteza

Veículo: O Globo
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O impasse em torno da elevação do teto da dívida pública dos EUA foi superado, mas a incerteza ainda paira sobre a economia mundial, segundo economistas. O cenário europeu também é turbulento, dificultando ainda mais a recuperação do crescimento global. E a questão do endividamento americano é um problema duplo: ao mesmo tempo em que o impasse precisava ser resolvido para evitar um calote de consequências desastrosas, o corte de gastos pode significar menos crescimento.

Para economistas, a perspectiva de baixo crescimento nos países desenvolvidos mantém os desequilíbrios e sinaliza, para os países emergentes, que pode ser a hora de olhar para seus mercados domésticos.

— Desde 2003, o Brasil construiu, com as reservas internacionais, uma proteção externa. Agora, é hora de criar proteção interna, fazendo um ajuste fiscal — salienta o ex-presidente do Banco Central e diretor do Centro de Economia Mundial da Fundação Getulio Vargas (FGV), Carlos Langoni, defendendo que o Brasil elimine o déficit público nominal.

Ontem, autoridades chinesas demonstraram alívio com a solução para o impasse da dívida nos EUA, mas sinalizaram que o país pretende reduzir sua dependência dos títulos da dívida americana, segundo o jornal "China Daily". A China é a maior detentora desses papéis, com cerca de US$1,15 trilhão de seus US$3,2 trilhões em reservas internacionais aplicados neles.

Uma mudança da política chinesa de aplicação das reservas, porém, é dada como improvável. Segundo o pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Marcelo Nonnenberg, os chineses não teriam para onde correr.

Já Langoni, da FGV, acha que a China não pode falar muito, pois ela mesma é responsável por parte dos desequilíbrios da economia global. Além disso, há sinais de que a economia chinesa está superaquecida e outro problema para o mundo é como uma desaceleração por lá pode ser feita de forma suave.

— O pior cenário seria um ajuste mal feito — afirma Langoni, referindo-se também ao ajuste fiscal nos EUA. Segundo o economista, um dos problemas do pacote que superou a questão da dívida americana é que os cortes ainda serão definidos, e em meio a uma disputa política, na comissão parlamentar designada para isso.




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