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Exportadores serão prejudicados com taxação do IOF, dizem especialistas

Veículo: O Globo
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As empresas que vendem suas mercadorias no exterior fazem operações no mercado futuro para se proteger de variações cambiais (hedge) e vão acabar pagando o IOF.

— Acaba penalizando o exportador duas vezes. Ele vai pagar mais caro pelo hedge e continuará prejudicado pela queda do dólar — diz o presidente da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet), Luís Afonso Lima.

O próprio secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, admitiu que os exportadores serão afetados. Mas explicou que o limite de US$10 milhões para o descasamento entre operações foi dado para poupar os exportadores que ficam vendidos nas operações.

— A valorização do real neste momento é mais prejudicial à economia do que benéfica — disse Barbosa.

Para Wolfgang Walter, presidente da Global Hedging, os exportadores foram os maiores prejudicados. Ele diz que o governo não explicou de que forma não seriam afetados:

— Como BM&F; e Cetip, que fazem a liquidação dos contratos, vão diferenciar especuladores e exportadores que fazem proteção na hora da cobrança do imposto? Eles vão ter que levar seus contratos de exportação, seus crédito em dólar?

Para Luciano Rostagno, estrategista-chefe da CM Capital Market, seria impossível adotar medidas para conter as posições vendidas no mercado futuro sem afetar os exportadores.

— O exportador seria beneficiado, do outro lado, pela valorização do dólar. Mas quem garante que isso vai acontecer?

É nisso que acredita o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, que comemorou as medidas:

— As medidas anteriores atacavam efeitos e não causas. Agora, o governo atacou diretamente a especulação que provoca a valorização do real. Foi a medida mais eficaz adotada.



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