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Pouso suave

Veículo: DCI
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Pouso suave

Na última sexta-feira a presidente - Dilma Rousseff afirmou que não quer inflação sob controle com crescimento zero. É animador saber que ela pensa assim. No entanto, a elevação da Selic, para 12,5% ao ano, pela quinta vez consecutiva este ano, parece desmentir um pouco essa afirmação. Até porque a inflação não deu sinais de arrefecimento desde o início da elevação da taxa; ao contrário, os juros, altos, só atraem mais capital especulativo, que, por sua vez, derruba a cotação do dólar e permite aumento das importações.

Crescimento depende de maior consistência na economia. Com medidas não apenas para controlar a moeda, mas para permitir também que a produção possa efetivamente crescer e que os investimentos sejam feitos com acesso a crédito barato.

Para isso, seria necessário, mais do que uma política monetária, um plano de incentivo industrial consistente, o que não deve acontecer nem com o Programa de Inovação do Brasil, tão anunciado pelo governo nos últimos dias, e tão adiado, numa prova de que foi difícil chegar a um acordo no próprio governo.

Na prática, a política industrial deve ser mesmo fatiada, contornando resistências e impedindo que medidas que precisam passar pelo crivo do Congresso fiquem indefinidamente à espera de aprovação. A desoneração da folha de pagamentos, entretanto, não estará incluída nesse pacote, porque as contas do INSS não fecham se ela ocorrer. Mesmo assim, vamos precisar de mais empenho do governo para conseguir o sonhado "pouso suave" da presidente Dilma.


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