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Brasil é alvo do luxo

Veículo: Portugal Têxtil
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Brasil é alvo do luxo

As vendas de artigos de luxo no mercado brasileiro são muito reduzidas em comparação com outros mercados emergentes, mas estão a crescer bastante mais rapidamente do que muitos esperavam. O Brasil está, assim, em vias de se tornar um novo motor para o crescimento deste sector apesar da elevada carga aduaneira sobre as importações.

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Brasil é alvo do luxo

Muitos grupos de luxo abstiveram-se, desde há muito, de desenvolver grandes negócios no Brasil, dissuadidos pelas elevadas taxas de importação do país, complexa burocracia e falta de espaços de retalho. Mas nos últimos anos, Gucci, Chanel, Burberry, Christian Louboutin e outros conceituados nomes do sector abriram lojas no mercado brasileiro, atraídos pelos novos centros comerciais de luxo e pelo crescente poder de compra da classe média do país.

O número de pessoas com rendimentos muito elevados também aumentou exponencialmente no Brasil. Os multimilionários totalizaram 30 indivíduos em 2010, mais 60% do que em 2009, tendo beneficiado dos preços mais altos das matérias-primas e de uma moeda mais forte, segundo refere a Forbes.

Diane von Furstenberg abriu há dois anos uma loja no centro Iguatemi em São Paulo que ocupa já a segunda posição em termos de vendas, sendo apenas superada pela loja de Nova Iorque. Também a Hermès revela que o comércio está a crescer na loja que possui há dois anos no luxuoso centro comercial Cidade Jardim em São Paulo.

Como um sinal de que o país está agora no radar do mundo do luxo, o jornal International Herald Tribune vai organizar a sua conferência anual do luxo em São Paulo no próximo mês de Novembro.

Mas se muitas marcas estão agora a levar o Brasil mais a sério, é também porque os brasileiros estão a gastar mais dinheiro em artigos de luxo fora do seu país de origem do que fizeram no passado. Os gastos dos brasileiros nas lojas em França no ano passado subiram 56% em 2010 e cresceram até 53% nos primeiros três meses de 2011, marcando o maior aumento de todas as nacionalidades, segundo divulgou a Global Blue, num relatório publicado em Maio. Nos grandes armazéns Printemps em Paris, um importante destino turístico, os brasileiros estão a gastar mais do que os americanos em geral desde o ano passado, de acordo com Paolo Cesare, presidente-executivo da Printemps.

Mas se apostar no Brasil é uma aventura, trata-se de uma aventura cara, reservada principalmente às marcas de topo, conforme defende Florent Perrichon, director-executivo da marca italiana Cerruti. «Só grandes marcas de luxo têm meios para ir para o Brasil e absorver parte dos impostos, mas o mercado está a tornar-se tão atractivo que vale a pena», afirmou Perrichon, acrescentou que «a concorrência local é tão feroz, que apenas as grandes marcas de luxo têm uma boa hipótese de entrar no mercado».

Referindo os impostos de importação, que podem duplicar o preço de um produto, o retalhista de relógios de luxo e jóias Harry Winston revelou que não estava a planear entrar no Brasil no curto prazo. Já Guy Salter, vice-presidente da britânica Walpole, considera que o Brasil parece ser mais fácil de entrar do que a Índia, mas defende que outros mercados emergentes como a Coreia, Taiwan, Indonésia e Tailândia também são atractivos.

O Brasil representa apenas pouco mais de 1% do mercado global de bens de luxo, mas as vendas deverão crescer 10% a 15% entre 2010 e 2013, segundo a empresa de consultoria Bain. Enquanto isso, as vendas de luxo geradas na China, incluindo Hong Kong, Macau e Taiwan, atingiram os 17,6 mil milhões de euros, uma subida de 23% em 2010 relativamente a 2009.
 



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