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O Globo BC anuncia novo compulsório para reduzir a desvalorização do dólar

Veículo: O Globo
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O Globo BC anuncia novo compulsório para reduzir a desvalorização do dólar

O Banco Central decidiu ontem frear a aposta dos bancos contra o dólar. Anunciou um recolhimento compulsório de 60% sobre a parcela das posições vendidas dos bancos. A partir de agora, as instituições só poderão fechar negócios de até US$1 bilhão sem recolhimento, valor que era três vezes maior. O objetivo é reduzir as posições, hoje em US$14,7 bilhões, em cerca de US$5 bilhões.

O compulsório, recolhido em espécie ao caixa do BC e sem remuneração, encarece a operação e reduz os ganhos obtidos com a negociação de contratos futuros de venda de dólar. Ou seja, desestimula as apostas na queda do dólar.

— A posição permitida até então sem o ônus do compulsório, que é alto, era de US$3 bilhões, e está caindo para apenas US$1 bilhão. O foco é prudencial, para reduzir o limite de exposição do mercado em um cenário internacional muito incerto — avaliou uma fonte da equipe econômica.

O compulsório de 60% sobre posições vendidas dos bancos foi criado em janeiro deste ano como primeira grande medida do governo Dilma Rousseff para frear a forte apreciação do real frente ao dólar, que fragiliza os exportadores brasileiros. Naquela ocasião, a intenção era reduzir a exposição dos bancos em US$7 bilhões. No entanto, a medida não surtiu pleno efeito.

A divulgação de dados sobre emprego nos EUA, revelando uma criação pífia de vagas, afetou negativamente o mercado. As ações nos EUA e na Europa recuaram à medida que os investidores viram nos números do Departamento do Trabalho sinais de debilidade na recuperação da principal economia do mundo. No Brasil, a Bolsa de São Paulo acompanhou o movimento e fechou em queda, ao passo que o dólar avançou.

Pelo segundo mês seguido, as empresas americanas criaram um número muito baixo de empregos, revelando que a economia dos EUA mal se mantém de pé, apesar de estar há dois anos em recuperação. Com todos os setores do governo demitindo, o Departamento de Trabalho revelou que só foram abertas 18 mil vagas em junho. Os economistas esperavam cerca de 125 mil.

— Ainda temos um longo caminho e muito trabalho para dar às pessoas a oportunidade e segurança que elas merecem — disse o presidente Barack Obama, ao comentar os números.

O relatório revelou que vários setores, inclusive os de construção, financeiro e serviços temporários, demitiram pessoal. Ao mesmo tempo, tiveram queda indicadores importantes, como salários e duração do trabalho semanal.

 

 

BC fez intervenções no mercado no câmbio

Com isso, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, recuou 0,49%, para 12.657 pontos. O termômetro de tecnologia Nasdaq caiu 0,45%, para 2.859 pontos e o índice Standard & Poors 500 perdeu 0,7%, para 1.343 pontos. O Dow avançou 0,6%, o S&P; 500 ganhou 0,3%, e o Nasdaq, 1,6%. Na Europa, as principais bolsas também recuaram. O índice DAX, de Frankfurt, perdeu 0,92%; o CAC-40, de Paris, caiu 1,67%; e o londrino FTSE, 1,06%.

A Bovespa acompanhou o mercado americano e fechou em queda de 1,12%, aos 61.513 pontos. Na semana, acumula perdas de 2,97%. A maior aversão a risco fez ainda o dólar encerrar em alta de 0,58%, a R$1,567.

— As bolsas foram influenciadas pela fraca geração de empregos nos EUA. Acreditamos que a economia americana pode vir mais forte nos próximos meses, mas desemprego sempre traz incerteza — diz Roberto Koeler Lira, gestor de renda variável da Icatu Vanguarda.

(*) Com agências internacionais e “The New York Times”



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