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A primeira mulher no FMI

Veículo: Revista Isto É
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A primeira mulher no FMI



"Será primordial que a nossa instituição continue a servir
todos os seus membros com o mesmo foco e o mesmo espírito"
Christine Lagarde, nova diretora-gerente do FMI



Nos últimos 67 anos, o Fundo Monetário Internacional seguiu a mesma rotina: o comando sempre esteve nas mãos de economistas do sexo masculino. Na terça-feira 28, o conservadorismo do FMI não resistiu aos novos tempos. Pela primeira vez, uma mulher – e advogada – vai comandar a instituição. Trata-se da francesa ­Christine Lagarde, 55 anos, que deixará o cargo de ministra da Economia e Finanças de seu país para assumir a nova função a partir da terça-feira 5. Com fama de durona e gestora eficiente, Christine substituiu o compatriota Dominique Strauss-Kahn, que deixou o posto no mês passado após a acusação de agressão sexual contra uma camareira em um quarto de hotel de Nova York, nos Estados Unidos. Apoiada em massa por países europeus, Christine também contou com a campanha favorável do Brasil, da Rússia e China, o que foi decisivo para a sua escolha na disputa com o mexicano Agustín Carstens. No caso brasileiro, o apoio foi baseado na tese de que ela vai respeitar o peso dos emergentes nas futuras decisões do FMI – uma promessa repetida por Christine em inúmeras declarações.

A nova diretora-gerente terá imensos desafios pela frente. O primeiro será recuperar a própria credibilidade do FMI, manchada pelo escândalo de Strauss-Kahn. Nesse aspecto, a imagem de austeridade da francesa deve mesmo funcionar como um contraponto às deploráveis denúncias que envolveram seu antecessor. No campo financeiro, as dificuldades serão maiores. A derrocada da Grécia ameaça a estabilidade de todo o continente, e uma das economias mais expostas aos riscos de um colapso é a da França. Christine será imparcial em suas decisões? A nova diretora-gerente assegura que sim, ma só o tempo confirmará isso. Em sua primeira declaração como diretora do FMI, ela pediu à oposição grega que apoie o pacote de ajuste apresentado pelo governo do país ao Parlamento. O plano de corte de gastos e aumento de impostos é uma das condições impostas à Grécia para o recebimento de ajuda financeira. “Será meu objetivo primordial que a nossa instituição continue a servir todos os seus membros com o mesmo foco e o mesmo espírito”, afirmou a francesa.


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