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Brasil já exporta fábricas e amplia o déficit comercial

Veículo: DCI
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Brasil já exporta fábricas e amplia o déficit comercial

A saída de fábricas de vários setores em busca de melhores condições no exterior acende o alerta do processo de desmontagem da indústria brasileira. A petroquímica Unigel, fabricante de resinas, preferiu investir US$ 400 milhões em uma unidade no México. Já a montadora Honda decidiu transferir a produção do City para a Argentina e tornar aquele país base de exportação do veículo ao Brasil.

Esses exemplos ilustram o momento vivido pelo setor industrial no País, já caracterizado pelos especialistas como uma desindustrialização a pleno vapor.

A alta taxa de juros para controlar a pressão inflacionária, combinada com a forte entrada de capital estrangeiro, que por sua vez mantém no longo prazo a valorização do real, e a alta carga tributária são fatores determinantes na localização dos investimentos.Os tributos são tão pesados que até o setor de serviços padece com a situação. Um restaurante que não consegue quitar os impostos teve de fechar as portas, segundo a advogada Maria de Fátima Caldas Guimarães, do escritório Guimarães & Caldas Advogados Associados.

Essa tendência, no entanto, ainda pode ser revertida, se o País conseguir melhorar sua competitividade, segundo o economista-chefe do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Rogério Cesar de Souza. Para ele, os investimentos esperados em função de pré-sal, Copa do Mundo e Olimpíada podem ajudar.

Mas enquanto a desoneração da produção nacional não chega, cresce o déficit comercial em vários segmentos industriais. A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) estima para este ano um saldo negativo da balança comercial do setor de R$ 33,4 bilhões.

A indústria têxtil e de confecção é outra que sofre com a concorrência dos produtos da China. Neste ano, as importações dessas empresas devem superar as exportações em US$ 5,5 bilhões.

Situações como essa levaram a participação da indústria na composição do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cair à metade em três décadas, chegando atualmente a 15%.

Na contramão das brasileiras, a chinesa Chery inicia em julho a construção da primeira fábrica de automóveis "made in China" no Brasil. O investimento será de US$ 400 milhões e elevará a operação local de mera importadora para produtora, com capacidade de 170 mil unidades em 2015. Segundo o CEO da montadora chinesa no Brasil, Luís Curi, entrar aqui faz "todo sentido" porque este é o quarto ou quinto maior mercado automobilístico do mundo.


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