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Mantega vê "vitalidade" no resultado

Veículo: O Globo
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Mantega vê "vitalidade" no resultado


O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que o resultado do PIB no primeiro trimestre prova que a economia brasileira “mantém a vitalidade” e que se diferencia do fraco comportamento da mundial. Segundo ele, essa desaceleração é reflexo das medidas adotadas para tentar conter a expansão do crédito e da inflação. Ele adiantou que o crescimento do segundo trimestre do ano será ainda menor.

— Esse crescimento já reflete uma acomodação da economia brasileira aos ajustes que nós fizemos desde o fim do ano passado no sentido de moderar o crescimento, porém mantê-lo em um patamar suficiente para continuar gerando emprego e gerando riqueza para a economia brasileira — afirmou ele.

Na sua avaliação, houve uma “moderação do consumo” das famílias:

— Não é que não está crescendo, está crescendo, mas desacelerou em relação ao ano passado. Está desacelerando, que é o que nós queríamos porque um crescimento muito acelerado pode trazer problemas de inflação.

Ele voltou a descartar a necessidade de novas medidas, mas alertou que o governo continua defendendo a moderação da entrada de capital externo.

— Não há necessidade (de novas medidas) — disse ele, para acrescentar: — Se nós olharmos um pouco adiante, vamos perceber que a economia brasileira desacelerou um pouco mais e, portanto, o segundo trimestre desse ano vai ter um crescimento menor.

Segundo Mantega, a nova previsão do governo para o PIB em 2011 (de 4,5%) representará um “excelente resultado”.

— É que a gente acostuma mal, ou acostuma bem... A gente acostumou com 5%, 7,5% no ano passado, aí depois a gente já acha que 4,5% não é um excelente resultado. Como no primeiro trimestre foi algo em torno de 5,5%, significa que ainda haverá alguma desaceleração para que dê essa média de 4,5% ao longo do ano — explicou ele.

O ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, disse que não vê mais necessidade de aumento da Selic (a taxa básica de juros). O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne na terça e na quarta-feira para definir a nova taxa.

— Como ministro da Indústria, acho que não precisa mais de alta de juros. Mas essa é uma questão do BC — disse ele.

Tombini: país consolidou inflação baixa e crescimento

O Banco Central (BC) afirmou em nota que a economia se encontra “em um ciclo sustentado de expansão” e que o ritmo de crescimento é “mais condizente com o equilíbrio interno e externo”. Ainda para o BC, a demanda doméstica continua sendo o grande suporte da economia, lembrando que o crescimento no consumo das famílias foi puxado pela expansão “moderada” do crédito e pela geração de emprego e renda.

Pela manhã, durante palestra em São Paulo, o presidente da instituição, Alexandre Tombini, não fez menção direta ao resultado do PIB, mas ressaltou que a principal contribuição do BC é assegurar taxas de inflação baixas no médio e longo prazos.

— Consolidamos a inflação em um patamar baixo e observamos um crescimento médio muito maior do que em décadas passadas — disse.



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