"É um grande sinal de que o Congresso está pronto para acabar com esses subsídios", afirmou Jeff Flake, deputado republicano do Arizona. Flake, que há muito tempo propõe cortes nos subsídios agrícolas em seu país, voltou a atacar os bilhões de dólares destinados a agricultores e ao segmento de etanol. Para ele, não há como justificá-los. Após as decisões citadas, os membros do comitê enviaram sua proposta de orçamento agrícola, que envolve cerca de US$ 125 bilhões, para ser votada em plenário.
A proposta concede recursos para o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) e para as agências relacionadas ao setor para o ano fiscal 2012, que começará em 1º de outubro. Mas a Câmara e o Senado devem concordar com os termos para que a proposta vire lei. Isso em tempos de cortes dos gastos federais.
Os produtores americanos mais ricos, aqueles com receita bruta ajustada de US$ 500 mil ou mais proveniente de fontes não-agrícolas ou de no mínimo US$ 750 mil oriunda de atividades agrícolas, foram barrados pela lei agrícola americana ("Farm Bill") de 2008. Agora, Flake defende o limite de US$ 250 mil com a alegação de que já se trata de uma receita muito boa. "Qualquer coisa acima disso não pode ser", afirmou o deputado.
O presidente Barack Obama atraiu pequeno apoio à proposta apresentada em 14 de fevereiro que limitava a exigibilidade em US$ 250 mil de receita bruta anual obtida fora do setor agrícola e US$ 500 mil de receita bruta gerada no campo. O USDA estima que os limites deverão afetar 30 mil produtores de um total de 1,2 milhão que recebem os subsídios agrícolas nos Estados Unidos.
No caso dos pagamentos ao Brasil, o deputado Flake insistiu que os recursos têm de ser subtraídos dos subsídios garantidos anualmente aos cotonicultores americanos a partir de 2013.