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Brasil e Argentina voltam a negociar impasse comercial
Veículo: DCI
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Brasil e Argentina voltam a negociar impasse comercial
Com a ajuda de diplomatas, os dois países podem chegar a um acordo na reunião que ocorre em Brasília.
O Itamaraty entrou na negociação com a Argentina para "apaziguar os ânimos" e evitar uma "contaminação da relação política" pelo conflito comercial. A interferência do Ministério das Relações Exteriores não significa, porém, que o governo vai "rifar" a indústria para agradar o vizinho. Por ordem da presidente Dilma Rousseff, o Brasil só aceitará um acordo se houver contrapartida argentina.
Segundo o Itamaraty, o objetivo é "evitar um desgaste extra e garantir que o conflito vai se resolver na área comercial, sem contaminar a política".
Os dois lados sinalizam para um acordo real ainda hoje, com a liberação dos produtos parados na fronteira dos dois lados. A expectativa é que seja criado um fast track para os veículos argentinos, se o país fizer o mesmo para produtos brasileiros, como máquinas agrícolas, calçados e geladeiras e chocolates.
Um dos pontos que serão mais decisivos para o acordo é o prazo para liberar os produtos parados na fronteira. O Brasil propôs liberar os carros argentinos em dez dias, mas o pedido de Buenos Aires é de 72 horas.
A guerra comercial começou após a Argentina criar empecilhos para produtos brasileiros, tanto em licenças não automáticas, quanto a selos e medidas sanitárias para produtos que já haviam adentrado o mercado vizinho, mas não poderiam ser comercializados, como é o caso do setor de chocolates.
Depois os brasileiros aplicaram licenças não automáticas para a importação de carros, como forma de retaliar o parceiro do Mercosul.
E após a última reunião entre o secretário de comércio exterior do Mdic, Alessandro Teixeira e sua correspondente argentina, Débora Giorgi, em Buenos Aires, que não teve bons resultados, o Brasil anunciou que iria estender a medida para outros setores, o que poderia colocar a Argentina em déficit comercial preocupante, visto que o Brasil é
um de seus principais parceiros comerciais.
As negociações estão sendo conduzidas com cuidado, porque nenhum dos lados pode demonstrar fraqueza. "O problema é que o golpe do Brasil foi forte demais", disse um empresário. "Agora o Itamaraty está acompanhando, porque ninguém quer o caos."
"Há um déficit crescente entre a Argentina e o Brasil, e o tratamento das assimetrias é fundamental para avançar para uma integração mais profunda, mas pode-se esperar resultados a médio e longo prazo", disse Giorgi, assinalando "a necessidade de ter, em paralelo, medidas para ajudar, mais imediato, balança comercial e aprofundar o processo de integração".
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Brasil e Argentina voltam a negociar impasse comercial
Com a ajuda de diplomatas, os dois países podem chegar a um acordo na reunião que ocorre em Brasília.
O Itamaraty entrou na negociação com a Argentina para "apaziguar os ânimos" e evitar uma "contaminação da relação política" pelo conflito comercial. A interferência do Ministério das Relações Exteriores não significa, porém, que o governo vai "rifar" a indústria para agradar o vizinho. Por ordem da presidente Dilma Rousseff, o Brasil só aceitará um acordo se houver contrapartida argentina.
Segundo o Itamaraty, o objetivo é "evitar um desgaste extra e garantir que o conflito vai se resolver na área comercial, sem contaminar a política".
Os dois lados sinalizam para um acordo real ainda hoje, com a liberação dos produtos parados na fronteira dos dois lados. A expectativa é que seja criado um fast track para os veículos argentinos, se o país fizer o mesmo para produtos brasileiros, como máquinas agrícolas, calçados e geladeiras e chocolates.
Um dos pontos que serão mais decisivos para o acordo é o prazo para liberar os produtos parados na fronteira. O Brasil propôs liberar os carros argentinos em dez dias, mas o pedido de Buenos Aires é de 72 horas.
A guerra comercial começou após a Argentina criar empecilhos para produtos brasileiros, tanto em licenças não automáticas, quanto a selos e medidas sanitárias para produtos que já haviam adentrado o mercado vizinho, mas não poderiam ser comercializados, como é o caso do setor de chocolates.
Depois os brasileiros aplicaram licenças não automáticas para a importação de carros, como forma de retaliar o parceiro do Mercosul.
E após a última reunião entre o secretário de comércio exterior do Mdic, Alessandro Teixeira e sua correspondente argentina, Débora Giorgi, em Buenos Aires, que não teve bons resultados, o Brasil anunciou que iria estender a medida para outros setores, o que poderia colocar a Argentina em déficit comercial preocupante, visto que o Brasil é
um de seus principais parceiros comerciais.
As negociações estão sendo conduzidas com cuidado, porque nenhum dos lados pode demonstrar fraqueza. "O problema é que o golpe do Brasil foi forte demais", disse um empresário. "Agora o Itamaraty está acompanhando, porque ninguém quer o caos."
"Há um déficit crescente entre a Argentina e o Brasil, e o tratamento das assimetrias é fundamental para avançar para uma integração mais profunda, mas pode-se esperar resultados a médio e longo prazo", disse Giorgi, assinalando "a necessidade de ter, em paralelo, medidas para ajudar, mais imediato, balança comercial e aprofundar o processo de integração".
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