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Produção industrial tem maior queda desde dezembro de 2008

Veículo: O Estado de São Paulo
Seção: Economia
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Produção industrial tem maior queda desde dezembro de 2008

Segundo IBGE, produção recuou 2,1% ante março, abaixo das estimativas; ante abril de 2010, houve queda de 1,3%

RIO - A produção industrial brasileira recuou 2,1% em abril ante março, na série com ajuste sazonal, informou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda foi a mais acentuada desde dezembro de 2008, quando o índice caiu 12,2%. O resultado ficou abaixo do piso das expectativas dos analistas, que iam de uma queda de 0,60% a uma expansão de 1,50%. A mediana das previsões apontava taxa positiva de 0,20%.

Na comparação com abril de 2010, a produção caiu 1,3% no mês passado. Neste caso, as estimativas variavam de um recuo de 0,80% a uma alta de 1,40%, com mediana positiva de 0,60%. Até o mês passado, a produção da indústria acumula alta de 1,6% no ano e aumento de 5,4% em 12 meses.

"É preciso lembrar que dezembro de 2008 era o auge da crise (econômica mundial)", disse o gerente da Coordenação de Indústria do IBGE, André Luiz Machado.

Entre março e abril, 13 dos 27 ramos pesquisados registraram redução na produção, com destaque para a perda de máquinas e equipamentos, que recuou 5,4% em abril, após quatro meses de crescimento, período em que acumulou expansão de 4,9%.

Outras influências negativas relevantes foram dos ramos de produtos de metal (-9,3%), veículos automotores (-2,8%), alimentos (-2,4%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-7,6%) e refino de petróleo e produção de álcool (-1,4%).

Entre as atividades que aumentaram a produção, estão farmacêutica (3,3%), indústrias extrativas (2,5%), fumo (20,6%), metalurgia básica (1,4%), equipamentos de instrumentação médico-hospitalares, ópticos e outros (6,6%) e outros produtos químicos (1,1%).

Entre as categorias de uso, ainda na comparação com março, houve taxas negativas em todos os segmentos, com bens de consumo duráveis (-10,1%) tendo a queda mais acentuada nesse mês, o que eliminou o avanço de 4,5% registrado em março.

O setor de bens de capital, que recuou 2,9%, mostrou redução acima da média da indústria (-2,1%), após avançar 7,7% nos últimos três meses.

Os segmentos produtores de bens de consumo semi e não duráveis (-1,5%) e de bens intermediários (-0,6%) também apontaram índices negativos, com o primeiro devolvendo parte dos 2,8% acumulados no período março/2011-dezembro/2010, e o segundo acumulando perda de 0,7% nos últimos dois meses.

Queda generalizada

A queda de 1,3% na produção industrial em abril, frente ao mesmo mês do ano passado, teve perfil generalizado e praticamente repetiu a queda assinalada em março frente a março de 2010 (-1,4%). O índice de abril foi pressionado negativamente pelo recuo em três das quatro categorias de uso, 16 dos 27 ramos, 44 dos 76 subsetores e 52% dos 755 produtos pesquisados.

Entre os setores, as maiores influências negativas sobre a taxa global vieram, por ordem de importância, de alimentos (-8,2%), máquinas e equipamentos (-5,8%), têxtil (-15,2%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-10,3%), refino de petróleo e produção de álcool (-3,5%) e produtos de metal (-5,8%). Por outro lado, os impactos positivos mais relevantes sobre a média geral vieram da indústria farmacêutica (17,6%) e de outros equipamentos de transporte (9,7%), impulsionados pela maior fabricação de medicamentos no primeiro ramo, e de aviões e motocicletas no segundo.

Entre as categorias de uso, ainda no confronto com igual mês do ano passado, os setores produtores de bens de consumo duráveis (-5,6%) e de bens de consumo semi e não duráveis (-2,0%) assinalaram as quedas mais elevadas em abril de 2011, ambos apontando a segunda taxa negativa consecutiva nesse tipo de comparação. A produção de bens intermediários (-0,8%) registrou recuo menos intenso que a média nacional (-1,3%), enquanto o setor de bens de capital, com variação de 0,1%, mostrou o único resultado positivo nesse mês. Tanto em março quanto em abril, o número de dias úteis foi menor frente a igual mês do ano anterior. (Daniela Amorim)



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