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Temor com crise na Europa eleva dólar a R$ 1,63
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Temor com crise na Europa eleva dólar a R$ 1,63
A moeda terminou o dia a R$ 1,632 para venda, com alta de 1,05%. No mês, o dólar já acumula valorização de 3,75%.
No mercado internacional, o dólar subia 0,9% em relação a uma cesta das principais moedas, com o euro no menor nível em dois meses, abaixo de US$ 1,40.
A redução da perspectiva da nota de crédito da Itália, números fracos de atividade na China e na Zona do Euro e até a ameaça de cancelamentos de voos na Europa por causa de um vulcão na Islândia azedaram o humor dos investidores, que temem pelos próximos meses em meio ao fim do programa de estímulo econômico nos Estados Unidos e à possibilidade de um calote da dívida grega, com repercussões sobre toda a Europa.
"Se ocorrer uma revigoração da crise iniciada em 2008, o Brasil de hoje está muito diferente", afirmou Sidnei Nehme, diretor-executivo da NGO Corretora, em nota.
Segundo ele, ao contrário da crise passada, quando o país aumentou os gastos e conseguiu recuperar rapidamente a economia, as atuais condições de atividade e inflação forçariam o governo dessa vez a "jogar na retranca", com impactos maiores sobre os mercados.
"Esta não é uma boa temporada para continuar especulando com o real", complementou.
Até o momento, os investidores estrangeiros mantinham apostas expressivas na valorização do real. A posição vendida no mercado de dólar futuro e de cupom cambial (DDI) dos não-residentes alcançava US$ 17,4 bilhões na última sexta-feira, maior nível desde 29 de abril.
Para o estrategista da corretora de um banco nacional, que preferiu não ser identificado, "o que está havendo é uma 'reprecificação' do crescimento global."
"Quando fica esse cenário mais pessimista, a tendência é uma interrupção do fluxo. Não algo extremo, mas uma menor liquidez", acrescentou.
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