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Mercado interno ainda sustenta encomendas de calçados e vestuário

Veículo: Valor Econômico
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Mercado interno ainda sustenta encomendas de calçados e vestuário

O primeiro quadrimestre do ano terminou sem sinais de redução no fôlego das vendas das indústrias calçadistas. Pelo contrário. Enquanto as exportações seguem trajetória oposta por conta da valorização do real, o desempenho ascendente do mercado interno apesar das medidas de contenção do crédito adotadas pelo governo deve levar empresas como a Piccadilly a rever para cima as projeções para o acumulado de 2011.

Segundo o diretor presidente Paulo Grings, a Piccadilly vendeu 24% a mais no acumulado dos primeiros quatro meses em relação ao mesmo período de 2010. Em janeiro a alta havia alcançado 54%, mas a média menor no quadrimestre não significa desaceleração porque no início do ano os lojistas correram para repor estoques vazios depois do Natal, explica.

"Encerramos as vendas de maio na metade de março, quando o normal é isso acontecer na metade de abril", revela o empresário. Com isso, ele admite que no início de junho deverá rever para cima a previsão original de crescimento de 20% em 2011 na comparação com a produção de 8,8 milhões de pares e o faturamento de R$ 266,8 milhões do ano passado.

No início de abril a Piccadilly, incorporou uma nova unidade fabril. Desde janeiro o número de funcionários já aumentou de 3,2 mil para 3,5 mil, mas mesmo assim a empresa recorre às horas extras e ao trabalho em fins de semana para atender à demanda.

Na West Coast, com sede em Ivoti, o mercado externo também patina enquanto as vendas domésticas seguem firmes. Conforme o diretor Eduardo Schefer, os embarques ao exterior recuaram neste ano 5% em comparação com o primeiro quadrimestre de 2010, enquanto as vendas consolidadas avançaram 22% e devem manter esse mesmo nível no acumulado pelo menos até junho.

O mercado externo responde por 18% das vendas da West Coast, que devem fechar o ano com um total de 3 milhões de pares, ante 2,4 milhões em 2010. O faturamento de R$ 170 milhões obtido no ano passado também deve crescer entre 25% e 30% em 2011, em linha com as projeções originais para o exercício, conforme Schefer. Desde o início do ano a empresa ampliou o quadro de funcionários de 1,1 mil para 1,2 mil e novas contratações devem ser feitas nos próximos meses.

Com três unidades no Ceará, a fabricante de lingerie Hope produziu em abril cerca de 12% mais do que em março. No entanto, devido a fatores sazonais, a alta deveria ter sido bem maior, de 35%, segundo o diretor-comercial da empresa, Carlos Eduardo Padula.

Apesar da desaceleração, o executivo crê que ainda é cedo para mudar as projeções do ano, que são de uma alta de 48% em relação a 2010. Segundo ele, o encarecimento do
crédito não deve gerar um impacto negativo muito longo no mercado de vestuário, menos dependente de financiamento.

O crédito mais caro pode, contudo, impactar negativamente os negócios da Elcoma, fabricante pernambucana de computadores. Ela entrou em 2011 com planos de dobrar a produção em relação ao ano passado, porém deverá revisar a meta nos próximos dias.


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