No agronegócio, seguimos a escalada da última década. De acordo com o Ministério da Agricultura, as exportações atingiram US$ 7,9 bilhões em abril - aumento de 24,4% em relação ao mesmo mês de 2010.
No ano, a balança comercial agrícola registrou US$ 81,3 bilhões -alta de 20,4%. Puxaram o desempenho os complexos da soja (grão, farelo e óleo) e o sucroalcooleiro (etanol e açúcar), com altas de 35,7% e 23,9%.
Há crescimento também animador na indústria. Em abril, as exportações foram de US$ 1 bilhão, elevando o recorde dos últimos doze meses para US$ 218,9 bilhões. São números tão bons que o governo elevou em 7,5% a meta de exportações para 2011 - de US$ 228 bilhões para US$ 245 bilhões.
De fato, é um resultado a se comemorar, dado o conhecido problema cambial, que dificulta a vida do exportador, mas nosso comércio exterior segue crescendo mesmo com câmbio a US$ 1,60, o que revela boa solidez de nossa economia e também capacidade de expansão. De janeiro a abril, também ampliamos nossa corrente de comércio.
Nesse quesito, há certo alarmismo quanto às importações - não raro, dizem que estamos nos desindustrializando. É verdade que as importações em alta impediram superávits comerciais ainda mais elevados.
Mas é preciso ver a composição da pauta: só importamos 7% de bens de consumo não duráveis e 16% de bens de capital; 41% são de produtos com média-alta tecnologia; e 20% de alta tecnologia. Ao todo, 86% da pauta de importações é de bens intermediários (insumos à produção), bens de capital (para investimento) e combustíveis.
Há de se considerar que houve aumento da média diária de importações de bens de consumo em 47,2% em abril. Além de, hoje, 54,8% do que exportamos ser de produtos básicos, contrastando com 25,4% de industrializados.
Mas nossa situação revela que, de um lado, as importações têm ajudado no controle à inflação e, de outro lado, ampliado as condições de incorporação de maior produtividade e competitividade na indústria.
Esse é, aliás, o norte a se perseguir: o da incorporação de valor agregado, bem como a diversificação de nossas exportações, sem abandono da força agroexportadora. Isso será possível com um conjunto de medidas complementares, algumas até já implantadas, como as ações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio para combater a triangulação e práticas de dumping que ameaçam alguns setores da economia.
Além dos fundamentais avanços em infraestrutura, precisamos de uma política tributária e fiscal planejada que incentive a produção industrial e exportadora.
E, igualmente, investir pesado em Educação, tecnologia de ponta e inovação - nos setores de Tecnologia da Informação, fármacos, aeroespacial, biotecnologia, nanotecnologia, química fina e bioquímica, entre outros.
Essa vertente permitirá atender aos elevados níveis de complexidade e criatividade que buscamos. Criaremos, assim, um pilar para o crescimento estruturado nas exportações e na produção de valor agregado.
|