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Dólar tem máxima desde março; volatilidade permanece

Veículo: Brasil Econômico
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Dólar tem máxima desde março; volatilidade permanece

O dólar fechou no maior nível em seis semanas ante o real nesta sexta-feira (13/5), cravando a terceira alta seguida em linha com o cenário de maior aversão a risco no exterior.

A taxa de câmbio fechou com valorização de 0,62%, a R$ 1,633 na venda, maior patamar desde 29 de março, quando terminou a R$ 1,654 para venda.

A jornada foi bastante volátil, com a cotação oscilando entre queda de 0,49% pela manhã e apreciação de 1,23% na máxima da tarde.

No acumulado da semana, o dólar subiu 0,99%, elevando os ganhos em maio a 3,81%.

"O dólar hoje acompanhou a variação do euro e das commodities. Exatamente no momento de maior estresse lá fora o dólar alcançava as máximas aqui", comentou Jorge Knauer, diretor de tesouraria do Banco Prosper, no Rio de Janeiro.

"Agora você já está vendo o petróleo subir, o euro diminuir as perdas e o dólar subir menos. Não à toa aqui também fechamos longe das máximas", acrescentou.

Investidores repercutiam principalmente as incertezas com a economia mundial, conforme os problemas de dívida na Zona do Euro voltavam ao radar e aproximava-se o fim do programa de estímulos do Federal Reserve, previsto para junho.

Os mercados também ficaram ressabiados após dados mostrarem que a leitura em 12 meses da inflação ao consumidor nos Estados Unidos alcançou o maior patamar em dois anos e meio. A alta de 0,4% em abril levou a taxa anual a 3,2%, a maior desde outubro de 2008 .

O comportamento das bolsas de valores espelhava o aumento da cautela. O índice MSCI de ações mundiais caía 0,6%, enquanto a volatilidade medida pelo índice VIX saltava 5%. O petróleo, contudo, esboçou alguma reação e fechou em alta de 0,69% nas operações eletrônicas em Nova York.

Segundo José Carlos Amado, operador de câmbio da corretora Renascença, a alta do dólar nesta sessão se deveu basicamente a fatores externos, o que não necessariamente ditou grandes ajustes de posições no mercado futuro.

"Está subindo sem grandes mudanças no mercado. É basicamente para não ficar para trás em relação ao exterior", disse.

Dados da BM&FBovespa confirmam alguma estabilização nas apostas contra o dólar. De acordo com números mais recentes e relativos à véspera, os investidores estrangeiros mantinham cerca de US$ 14,8 bilhões em posições vendidas na moeda americana nos mercados de dólar futuro e cupom cambial (DDI), praticamente o mesmo valor de quarta-feira.

Próxima semana



Na opinião de Knauer, do Banco Prosper, o dólar provavelmente continuará experimentando volatilidade na próxima semana, principalmente devido às dúvidas dos agentes financeiros sobre a força da recuperação econômica mundial.

"O dólar tinha caído muito e após chegar na casa de R$ 1,56 fez um movimento de correção. Agora está 'brigando' para encontrar um ponto de acomodação", afirmou.

"Nossa taxa de juros ainda é elevada e mesmo com o IOF o fator juros ainda deve seguir atraindo capital. Óbvio que o IOF diminuiu um pouco a arbitragem, ajudando a diminuir o fluxo, mas ainda assim algumas janelas de oportunidades vão continuar sendo usadas, o que na minha opinião inviabiliza uma reversão na tendência de queda do dólar."



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